Nas palavras do poeta Davi: Eu nasci na maldade (Salmo 51.5). Há quem duvide de tal afirmativa. Mas, desde cedo, a ingratidão brota no coração humano. Basta parar e reconhecer o que acontece no meu próprio coração, onde parece que nada está bom o suficiente. Sempre estou aquém daquilo que “acho” que mereço. Quando chove, quero sol. Se o dia está ensolarado, clamo pelo frescor da chuva. Sem reclamar, não sou capaz de admirar a beleza dos dois momentos que são distintos e especiais. De fato, é magnifico perceber e valorizar as diferenças nas estações. Também é precioso saber distinguir o azedo do doce e do agridoce, cada qual com suas particularidades. São obras divinas! Não por menos é que, logo em seguida, o mesmo poeta clama: Senhor! Cria em mim um coração puro (verso 10). Somente Deus pode mudar o meu coração, trazendo a salvação, a contemplação do belo e a gratidão.
De 1977, “Obrigado Pai Celeste”, poesia de Alfonso Butzke.