Nas andanças pastorais conheci Dona Gisela (†). Era uma pessoa amável e prestativa. Certa vez, ela compartilhou que, quando menina, vivia descontente em casa. Tudo o que seus pais faziam estava errado. Nada lhe agradava. Por isso, não via a hora de poder namorar, casar e partir para sua própria vida. Como muitas adolescentes, sonhava e orava por um príncipe encantado. Até que, certo dia, num baile encontrou o sujeito. Apaixonou-se perdidamente. O sonho virou realidade. Não era o mais belo, nem o mais rico. Mas, ele lhe fez mil-e-uma promessas. Então, a Gisela se casou. Mas, não demorou muito para que o voo entre as nuvens terminasse. Por fim, esse foi seu testemunho: Coloquei meus pés no chão quando descobri que o “príncipe” havia sumido restando em casa somente o “cavalo”. Infelizmente, vivemos num mundo de muitas ilusões e paixões, tanto sentimentais quanto sociais, como na política ou religião. Mais cedo ou mais tarde, se descobre que nem tudo o que brilha é ouro. Como pastor, cruzei por muitas cidades. Encontrei muitos levando a religião na flauta, outros deixando-se levar por “promessas” religiosas. Entretanto, percebi que permanecem firmes somente os “sensatos”, aqueles que têm os pés no chão, os quais com humildade vivem sua fé, fazendo de sua vida e comunidade um instrumento de paz, não de alienação e divisão. Em Atos 17.11 lemos: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses. Eles receberam a mensagem com interesse, dedicando-se ao estudo das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo correspondia à verdade”.