Joca era um velhinho simpático. Mas, depois que perdeu a esposa, ficou desiludido com a vida e extremamente ranzinza. Certa noite, lendo a Bíblia, compreendeu a palavra onde Jesus diz: “Eu vou preparar um lugar para vocês e também vou recebe-los” (João 14.1-6). Pensou consigo: Judite amava Jesus. Então, ela está lá no céu com Jesus me esperando. Não tem muita graça ficar aqui contando as horas. Assim, ele compartilhou a descoberta bíblica com alguns amigos que ficaram preocupados pensando: Ele vai tirar a vida. Estavam todos de olho nele. Certo domingo, amanheceu e ninguém mais viu o Joca. Sumiu. Dias depois, notaram que faltavam alguns documentos e ferramentas, duas mudas de roupa e a bicicleta. Ele havia partido mundo afora. Joca decidiu seguir de cidade em cidade vivendo do jeito que dava, falando das promessas de Deus. Com um pequeno kit, fazia aquilo que sempre fez na vida. Afiava qualquer instrumento de corte. Não faltava freguesia ao velhinho sorridente que atendia a todos com muito carinho. Sempre com um precinho camarada. Certo dia, perto do almoço, um moço convidou-o à mesa: Venha e almoce conosco! Dificilmente, Joca entrava numa casa, ainda mais para sentar-se à mesa com uma família. Conversa vai, conversa vem, a dona da casa por fim perguntou: Para onde o senhor está indo? Ele coçou o queixou e disse: Vou para o céu! Como assim? Questionou a mulher. Então, Joca deu o seu testemunho de fé: Minha esposa já partiu. Ela está me aguardando. Jesus prometeu o céu aos crentes. Eu vou para lá, mas no meu ritmo, afiando facas, tesouras e enxadas, também falando do meu Salvador. Quando chegou a sobremesa, todos sorriram. É assim que corre a vida. O melhor sempre vem no fim.