O matuto saiu do sertão para visitar o primo na metrópole. Ao desembarcar, seus olhos não conseguiam acreditar na altura dos edifícios. Ele mal conseguia acompanhar o ritmo frenético das pessoas. Espantava-se com o barulho ensurdecedor dos automóveis e do comércio. Depois de muito andar, parou e falou: Ouço um grilo! O primo, que o acompanhava, muito espantado retrucou: Impossível ouvir um inseto nessa confusão! O matuto insistiu que ouvia um grilo. Tomando o primo pela mão, levou-o ao pequeno espaço de grama. Afastando as folhas, apontou ao inseto. Ainda sem crer, o primo perguntou: Como você conseguiu escutar? De maneira sábia, o matuto pediu-lhe algumas moedas, jogando-as na calçada. Quando elas caíram, ouviu-se o tilintar do metal, muita gente parou e se voltou. Disse o primo: Escutei o grilo porque o meu ouvido está acostumado com este tipo de barulho. As pessoas aqui ouvem o dinheiro caindo no chão porque foram condicionados a reagirem a esse tipo de som. Arrematou dizendo ainda: A gente ouve o que está acostumado a ouvir! Fato é que vivemos num mundo materialista, regido pelo dinheiro. Treinamos os nossos sentidos para reagir apenas aos impulsos da sobrevivência. Todavia, há realidades que só se percebem com o espírito. A voz de Deus não é ouvida senão por aqueles que têm o ouvido sensível. Aqueles que aquietam o coração escutam o sussurro de Deus. Apesar do tumulto que nos cerca, desejo que você consiga escutar o sussurro de Deus, principalmente no Natal que se aproxima. Pense bem naquilo que ensina o apóstolo Paulo ao jovem Timóteo: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos (1 Timóteo 6.10).