O lixo e as eleições municipais 2016

01/10/2016


 Neste domingo, municípios brasileiros conhecerão seus novos prefeitos e vereadores. Alguns se reelegem, outros não. Na Alemanha, o prefeito é chamado de maestro da cidade. Na Itália, síndico. Entre indígenas, cacique, quem sabe. Palavras diferentes, mas todos se responsabilizam em cuidar do ambiente global, no município.

Assisti a grande maioria dos debates dos candidatos na televisão e no rádio, em Cuiabá. O tema saneamento básico foi mencionado e debatido em todas as entrevistas. Os jornalista e mediadores dos debates insistiram neste tema. Alguns candidatos enrolaram. Outros disseram que o assunto é grave, mas não há dinheiro para o saneamento. Outros falaram a mesmice de sempre. Poucos estavam preocupados com o tema. O certo que é quem não quer enfrentar a problemática de saneamento, não merece ser prefeito. Aliás, não pode ser prefeito.

Por que?

Todos os assuntos debatidos são importantes e urgentes. Mas a falta de saneamento mata pessoas, rios e florestas. Deixa-as doentes. Um exemplo: Segundo dados oficiais divulgados em 2013, as doenças causadas pela falta de saneamento básico são responsáveis por 65% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil. Somente esta informação deveria ser suficiente para grandes mobilizações, sendo que todos somos chamados ao compromisso para mudar esta realidade.

Outro exemplo: em Cuiabá e na redondeza do município fontes, nascentes e rios estão mortos pelo veneno e lixo humano. O Rio Cuiabá, em algumas partes, tem mais de dois metros de lixo no fundo. A natureza geme dores de morte. As pessoas ficam doentes. E o pior é que prefeitos, vereadores e cidadãos se acomodam diante das estatísticas. Sabe-se do problema e suas causam, mas tudo fica por isso mesmo. Dizer que não há dinheiro é mentira, pois, é inversão de prioridades.

Indignados diante da realidade e motivados pelo tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”, estamos nos mobilizando para ações concretas. Setores de igrejas e sociedade mantém acesa a chama da limpeza, motivando homens e mulheres de todas as idades, os grupos, as igrejas, a sociedade e os municípios para cuidar da criação de Deus. Agendamos para março 2017 o nosso primeiro encontro da sociedade com os novos gestores para formular e colocar em prática um Plano Municipal de Saneamento Básico. O assunto é grave. Vote somente em quem tem compromisso com o saneamento básico de seu município.

Teobaldo Witter, pastor, professor universitário. É Coautor do texto básico sobre saneamento, 2016, do Conselho Nacional de Igrejas.
 

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