O filósofo Soren Kierkergaard escreveu a seguinte frase: A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente. Esta frase tem um sentido muito especial olhando agora para trás, observando o nosso calendário litúrgico. Estamos vindo de três datas festivas. Na cristandade são celebradas porque delas nascem as conseqüências para a fé cristã. Ação de Deus está presente no nosso retrovisor. A partir da Páscoa, Ascensão, Pentecostes nos compreendemos como povo de Deus no mundo. Somos o que somos pela esperança que brota da Páscoa. Exercitamos ser igreja missionária diante do pedido de Jesus no dia da Ascensão em ser e fazer discípulos(as). O Espírito Santo que nos é dado nos capacita, tornando-nos criativos, empoderando-nos para a realização da vontade de Deus no mundo. Olhando assim para o retrovisor do nosso calendário litúrgico, somos Igreja graças aos feitos que Deus realiza. A nossa compreensão de filhos(as) de Deus acontece na pespectiva da surpresa deste Pai, do seu poder que nos encanta, supera obstáculos, por exemplo: Ascensão de Jesus. Eventos estes que a razão não consegue explicar. Os apóstolos presenciaram estes fatos, agora testemunham os seus encantos. Quem testemunha narra algo que está presente no seu retrovisor. Testemunha-se o que se presenciou; que o tem tocado e mobilizado para compartilhar com os outros. Isto quer dizer que somos o que somos, como cristãos, fruto do testemunho de fatos que Deus tem realizado. Nestes fatos nos compreendemos, neles depositamos a nossa fé, ali está o fundamento a partir do qual procuramos traduzir a nossa esperança em atitudes no cotidiano da nossa jornada.
A nossa vida, doravante, será vivida olhando para frente, sem deixar de olhar para o retrovisor, de fatos que nos foram testemunhados. Enxergamos agora, diante de nós, desafios, caminhos. Nisto trazemos o lema bíblico deste mês: O fruto do Espírito é o amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio(Gálatas 5.22-23a). A presença de Deus na vida se traduz em gestos que dão visibilidade da presença do seu Reino no mundo. Compreendemos a nossa vida olhando para o retrovissor da nossa existência. Mas vivemos de fato a partir da ação do Espírito Santo que nos capacita a ter atitudes. Deus optou em nos conceder o seu Reino. Frutos do Espírito são conseqüência natural da ação de Deus em nosso meio. Somos instrumentos; através de nós Deus deseja dar visibilidade do seu reino. Para tanto, pedimos: Envia-nos teu Espírito Senhor. Torna-nos ativos para a tua boa obra.Amém!