Durante a minha infância, eu morei no interior do estado do Rio Grande do Sul, num pequeno vilarejo próximo à cidade chamada Cachoeira do Sul. Minha mãe e meu pai eram agricultores. Minha família plantava arroz, criava gado e, nas horas de folga, também articulava negócios no comércio.
Às vezes, me recordo do perfil do meu pai. Era um homem calmo, amigo, honesto, trabalhador e companheiro. Quando era possível, eu caminhava com ele entre a plantação. Seu relacionamento com os empregados chamava a atenção por causa da sua ética e do seu jeito sincero e justo de lidar com as pessoas. Sim, ele foi um exemplo de vida para mim.
Meu pai era uma espécie de “diácono” na pequena vila onde morávamos. Afirmo isto porque o presenciei, inúmeras vezes, largando as suas atividades para prestar atendimento a alguma pessoa que se encontrava doente e precisando de um médico. Como na cidadezinha não havia hospital, o “seu Oswaldo” se prontificava a viajar rumo à cidade maior, levando na carona o doente. O detalhe é que ele também acompanhava o referido durante sua convalescença. Só voltava para casa depois que o médico prescrevia alta para o paciente.
Faço este relato para sublinhar que o “serviço é a essência do ser cristão”. Toda a pessoa cristã está a serviço daquelas e daqueles que lhe são próximos. Posso afirmar, sem medo de errar, que a Diaconia é o Ministério do Cuidado da Igreja. Ela é o Evangelho em ação que se expressa no amor ao próximo, na criação de Comunidades inclusivas, no cuidado pela Criação, na luta pela justiça.
Jesus foi uma Pessoa essencialmente diaconal. Ele ia ao encontro de todas as gentes. Em João 13.15 Jesus nos deixou o seguinte recado: “Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz”. Quer dizer: Jesus, durante toda a Sua vida, foi solidário com a dor e sofrimento das pessoas. Ele caminhava com elas, olhava para elas, sentia com elas, ouvia, conversava com elas e as compreendia.
Nós, pessoas cristãs, somos chamadas a Servir, sem esperar nada em troca. Assim, cabe-nos fazer a diferença na sociedade em que vivemos. Motivadas pelo Evangelho, podemos perfumar a Comunidade na qual participamos com nossos dons.
Meu pai foi um exemplo de fé cristã para mim. Ele colocou a sua fé em movimento, enquanto servia com amor. Nós, pessoas marcadas pela Proposta Cristã sabemos que o ato de “servir é a essência do amor”. Por isso, sirvamos com alegria e comprometimento às pessoas que encontrarmos pelo caminho.
Diác. Valmi Ione Becker
Blumenau/SC - Sínodo Vale do Itajaí
