Dias atrás percebi um caroço no dorso da mão, o qual começou a crescer. Em seguida, começou a aparecer uma pequena pinta preta, que por fim se revelou. Era a ponta de um espinho. Havia uma infecção no local. Então, lembrei-me do momento onde me enrosquei numa roseira enquanto limpava o jardim. Depois que a ferida foi aberta e tratada, logo sarou. Paulo compartilha com a Comunidade em Corinto: “Para que eu não me sentisse grande demais, Deus colocou na minha vida um espinho. Assim, não devo ficar me gloriando em vão” (2ª Coríntios 12.7). Não há certeza de qual seria exatamente o espinho do apóstolo. Todavia, uma lição é clara. No espinho não está uma maldição, antes um alerta à nossa fragilidade. Por mais cuidadosos que sejamos, somos imperfeitos e vivemos num mundo decaído. Como humanidade, carregamos o espinho como fruto do pecado, desde o Éden (Gênesis 3.18). É preciso sempre agir com cuidado para não se machucar e nem machucar o outro. Todavia, quando ocorrer o deslize, sabemos como consertar aquilo que não deu muito certo, buscando o remédio em Cristo, aquele que usou a coroa de espinhos. Ele governa sobre toda e qualquer situação. Certo é que, também - no meio dos espinhos - Deus se revelou a Moisés (Êxodo 3), que entendeu o novo rumo que precisava seguir.
De 1976, com Grupo Elo, “Foi Assim”.