Parábola do filho pródigo - Lucas 15.11-32
Quando lemos a Bíblia e a mensagem que nela está, cada vez que a lemos, ela nos fala algo novo. Creio que esta é uma das maravilhosas obras de Deus para nós. A passagem do filho pródigo, por exemplo, toda vez que a lemos ela nos fala pessoalmente.
Estava em casa, preparando-me para um retiro de jovens. Iria trabalhar a parábola do filho pródigo. Senti-me preocupado em relação ao que iria encontrar neste retiro, se conseguiria transmitir tudo aquilo que havia me proposto a falar aos jovens.
À noite, nos reunimos em família (minha esposa e três filho/as) para juntos celebrarmos nosso culto, como fazemos com certa freqüência. Mas naquela noite parece que tudo estava dando errado. As crianças estavam muito agitadas e acabamos não conseguindo celebrar esse momento que consideramos importante na família. Cada um foi para um canto, as crianças foram dormir e eu fiquei na sala, triste, preparando o retiro. Orei: "Oh Deus! Nem na minha família, na minha casa, consigo compartilhar a tua Palavra, imagine com outras pessoas".
Depois de um tempo, minha esposa veio falar-me que nosso filho estava chorando pelo que havia acontecido. Não demorou muito ele veio até mim chorando, abraçou-me e pediu-me desculpas. Como pai, o abracei e disse que o amava muito. Ele também disse que me amava. Ficamos um tempo abraçados. Após levei-o no colo para seu quarto, oramos, dei boa noite e ele dormiu.
Voltei para sala, abri minha Bíblia na passagem do filho pródigo e Deus, na sua imensa misericórdia e no seu maravilhoso amor por nós, falou ao meu coração. Esta palavra de Deus, através do evangelista Lucas, nunca havia ficado tão clara para mim como naquele momento. A experiência com meu filho me fez vivenciar de um modo profundo a graça do amor, do perdão e da reconciliação. Renovei a certeza de que, sendo nós pais ou filhos, também erramos e falhamos para com Deus. E ele é um Pai bondoso que nos ama e perdoa e nos ensina a fazer o mesmo uns com os outros, principalmente em família.
Deus é um Pai que sempre tem pensamentos bons, de paz, e agradáveis para conosco. Ele sempre está de braços abertos nos esperando para nos abraçar e envolver com seu amor, assim como aconteceu na minha experiência com meu filho e na parábola do filho pródigo. O filho foi recebido com festa pelo Pai. Por causa do amor perdoador do Pai, o filho que estava perdido e morto, foi achado e reviveu.
Essa também pode ser a nossa experiência como pais e filhos e como filhos em relação a Deus. Reconhecer nossos erros e voltar para os braços do Pai. Nesses braços encontramos amor e perdão, consolo e alívio, e forças para recomeçarmos e permanecermos com ele. Amém!
P. Carlos Emídio Grill Lacerda