O Credo Apostólico - O Segundo Artigo - Terceira Parte

Auxílio Homilético

15/03/1982

No terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está sentado d direita de Deus Pai, todo-poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos

Martin N. Dreher

I - O texto

1. O trecho do Segundo Artigo do Credo, ao qual devemos dedicar nossa atenção, faz parte da interpolação cristologica feita no Símbolo Romano. Recapitulando, esta interpolação acentua o nascimento do Salvador do Espírito Santo e da bem-aventurada virgem, bem como seu sofrimento, sua glorificação e sua segunda vinda. Temos aqui o anúncio da Comunicação cristã a respeito de seu Cristo. Enquanto a primeira parte da interpolação acentua a realidade dos sucessos humanos de Cristo — seu nascimento, seus sofrimentos físicos, sua morte e seu sepultamento —, nosso trecho (que poderíamos denominar de segunda parte da interpolação) acentua sua glorificação e sua segunda vinda. Ambos são parte integrante do anúncio da Comunidade cristã a respeito de seu Cristo que podemos encontrar resumidamente no Novo Testamento, por exemplo, em 1 Co 15.

Observemos as diversas afirmações mais detalhadamente:

a) No terceiro dia ressuscitou dos mortos é a parte central da pregação apostólica desde os primórdios da missão cristã (cf. 1 Co 15.4), e está intimamente ligada com as duas cláusulas que seguem:

b) Subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso. Estas duas cláusulas estão relacionadas. Já em 1 Pé 3.22 ocorre esta ligação: o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus .... Paralelas a este texto são as passagens de Rm 8.34; Cl 3.1; Ef 1.20; Hb 1.3,13 e At 2.31 ss; 5.30ss; 7.55. As concepções reproduzidas nestes textos remontam, em última análise, ao Salmo 110.1: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. Segundo o evangelista Marcos (12.35s) o próprio Jesus teria citado estas palavras ao ensinar no templo. As palavras do Salmo, reproduzidas na Escritura e aqui no Credo, deixam entrever que a ascensão e o estar sentado à direita do Pai significam mais do que inicialmente se possa supor. Para o cristão dos dois primeiros séculos que usa estas palavras para com elas expressar sua fé, elas proclamam que Cristo venceu os poderei que re-tittem e o acossam, a ele e a sua Igreja. As consequências de sua vitória Inaudita são anunciadas com as palavras:

c) De onde virá para julgar os vivos e os mortos. Tais palavras reproduzem, mais uma vez, o querigma apostólico: ...os quais hão de prestar contas àqueles que é competente para julgar vivos e mortos (1 Pe 4.5). Encontramo-las ainda no discurso de Pedro em Ce-saréia (At 10.42) e em 2 Tm 4.1.

Ressurreição, ascensão e segunda vinda são o conteúdo do trecho em estudo. Estes três momentos de confissão reproduzem os sentimentos da Igreja antiga: júbilo diante da vitória de Cristo sobre a morte e sobre os poderes que o queriam dominar; júbilo pelo fato de o Pai haver justificado, maravilhosamente, seu Filho; esperança zelosa e, ao mesmo tempo, preocupada com a segunda vinda do Filho sobre as nuvens dos céus, para julgar como representante de seu Pai.

2. A vitória de Cristo sobre os poderes que acossavam Cristo e a sua Igreja é também o grande tema, a partir do qual Lutero reflete a respeito da passagem do Credo que estamos estudando: Depois ressurgiu, tragou e devorou a morte, e por fim subiu ao céu e assumiu o domínio à destra do Pai, de sorte que o diabo e todos os poderes lhe têm de estar submissos e ficar debaixo de seus pés (note-se, aqui, a volta clara ao Salmo 110.1!), até que, afinal no último dia, ele nos separe e aparte completamente do mundo malvado do diabo, da morte, do pecado, etc. (Livro de Concórdia, p. 451).

A parte final das palavras de Lutero (...até que, afinal, no último dia, ele nos separe e aparte completamente do mundo malvado, do diabo, da morte, do pecado.) nos mostra que ele sabia perfeitamente a respeito de uma realidade na existência do homem: ele não é livre. Quem vive no mundo, na carne, no pecado, não pode estar em Cristo. Quem vive nesta situação não pode agir no poder do Espirito. Ele não pode colocar-se a serviço da justiça de Deus (Rm 6.19). E, o horrível é que o homem não pode libertar-se dessa situação, pois ele sabe que está determinado pela morte. (Veja-se o hino de Lutero de n° 266 no hinário da IECLB: Dia e noite sem cessar nos rodeia a morte.) Esta é a realidade que ele descobre, quando confrontado com Deus. Por isso, salvação para o crente não significa apenas eliminação do seu pecado. Tal eliminação de pecado não faz sentido, caso a morte não for eliminada. Em Lutero, toda a questão dos poderes que dominam o homem (mundo malvado, diabo, morte, pecado, etc.) concentra-se na morte. E é ao falar destes poderes que Lutero desenvolve a doutrina da vitória de Cristo sobre a morte. H.J. Iwand é categórico ao afirmar: Talvez possamos dizer que a teologia de Lutero é mal interpretada sempre que for reduzida ao perdão dos pecados. Ai ela tem que ser subjetivada, ali ela tem que ser relacionada com a superação da consciência de culpa.... É impossível ter a consciência alegre e livre, através de Jesus Cristo, saber realmente o que significa 'perdão dos pecados', se eu não posso crer na superação da morte. Ainda teremos que aprender na teologia que não se pode desenvolver a doutrina do pecado sern a doutrina da morte(pp. 188s).

Que diz Lutero a respeito da ressurreição de Cristo? Quando Lutero fala da ressurreição, não aponta apenas para os relatos da ressurreição, mas para o Primeiro Mandamento! Para ele o fato de Deus dizer: Eu sou o Senhor teu Deus já implica em ressurreição. Pois, na ressurreição de Jesus é testemunhado que Deus é Deus! E, que Deus é Deus também será testemunhado quando Cristo vier pela segunda vez. Ali, na ressurreição e na segunda vinda se evidencia e se evidenciará (o cristão vive entre o que se evidenciou e o que se evidenciará) aue a morte foi e será vencida e que vida se encontra em Jesus (cf. a interpretação que Lutero dá ao Salmo 90, em WA 40 III, 485ss). Por isso o cristão pode morrer em paz. A certeza de que na ressurreição e na segunda vinda se evidencia e se evidenciará que a morte foi e será vencida e que vida se encontra em Jesus está expressa no hino de Lutero: Cristo Jesus, Filho de Deus, do céu nos foi enviado; venceu a morte e os males seus, venceu todo o pecado. Perde a morte o seu poder, Jesus a conseguiu vencer; seu aguilhão tirou-lhe. Aleluia. — Nós festejamos com louvor a Páscoa em alegria, pois ressurgiu a Salvador; raiou um novo dia. Cristo, a graça divinal, nos fulge em brilho celestial. Ele é a nossa vida. Aleluia. (Hinário da IECLB, n° 62, estrofes 3 e 6).

Desde a Páscoa existe o novo: estar em Cristo, quando antes só existia o estar na morte. Antes só havia morte, agora a nova realidade é vida.

Mesmo assim, enquanto o cristão viver na terra, ele continua a viver no conflito com Deus, com sua lei e sua ira (Dia e noite sem cessar nos rodeia a morte). Ele não consegue e também não pode passar por cima disso, mas ele pode e até deve deixar-se levar pela certeza do Evangelho de Cristo, a promessa da misericórdia redentora de Deus. (Nós festejamos com louvor a Páscoa em alegria, pois ressurgiu o Salvador; raiou um novo dia. Cristo, a graça divinal, nos fulge em brilho celestial. Ele é a nossa vida.)

Nesta vida, o cristão vive entre os dois versos de Lutero: dia e noite sem cessar nos rodeia a morte(hino 266) e do mundo parto alegre e em paz (hino 221). Lutero compôs os dois versos para serem cantados pelo mesmo cristão. Neles a fé, por causa da ressurreição, foge do medo de Deus por causa da morte, para a paz que encontra no mesmo Deus, em cristo. Si etiam morior, was denn? so sing ich: Christus resurrexit et est primitiae, den hab ich, in eum credo, in eo baptizatus. promisit, quod me velit herfürrücken (WA 36, 543,1). Esta sentença de Lutero resume a esperança cristã, da mesma maneira que a breve formulação do Catecismo Menor: ...assim como ele ressuscitou da morte... (Livro de Concórdia, p. 371). Esta certa esperança está baseada na palavra de Deus (Primeiro Mandamento) e na Palavra de Cristo.

Mas a esperança cristã vai além disso. Ela espera pelo dia em que Cristo eliminará Satanás e, com ele, todos os poderes. Esta perspectiva está bem presente em Lutero. Ele espera pelo querido dia final (WA Br 9,175,17). Ali se evidenciará, definitivamente, que Deus é Deus. Ali os poderes que acossam a Igreja de Cristo estarão, definitivamente, vencidos. Ali estará vencido o que é anti-Cristo (contra Cristo). Lutero divisa, em seu tempo, o Anticristo presente, especialmente no papado, pois este se coloca acima da palavra de Deus e, com isso, acima de Deus e de Cristo, eliminando o consolo do Evangelho e colocando em seu lugar leis humanas e a doutrina das boas obras, o que, segundo Dn 11.36 e 2 Ts 2.4, é a característica do Anticristo (WA 39 II, 301,15; 51, 509, 29; 7, 741,16.742). Com isso, ó fim dos tempos é presente. Lutero espera o fim para breve.

Problemático em Lutero é o fato de ele ver o Anticristo tão somente no papado, um poder dentro da Igreja. Ele não divisa este poder fora da Igreja, naquilo que aflige a cristandade de fora. Assim, a primeira das bestas de Ap 13 é divisada por ele no Império Romano dos Césares (é coisa do passado), enquanto que a segunda besta é divisada no papado. No presente, Lutero desconhece um poder, ou reino político, do qual se pudesse dizer: E abriu a sua boca em blasfémias contra Deus, para lhe difamar o nome... Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse (Ap 13.6s; cf. WA DB 7,413ss. 451 ss). Lutero faz esta constatação mesmo sabendo que a perseguição faz parte da vida do cristão e que ela pode vir do poder secular. Para a nossa meditação a respeito da segunda vinda de Cristo, contudo, a perspectiva de que o poder que se volta contra Cristo e que será por ele vencido definitivamente, também está fora da Igreja não deveria ser deixada de lado sob pena de, com nossa mensagem, concentrarmos a crítica radical nas estruturas eclesiásticas, permitindo, assim, o fortalecimento das estruturas políticas e de classe que não querem deixar Deus ser Deus.

As palavras da Igreja antiga e as colocações do reformador nos evidenciam que ao falar da ressurreição de Jesus Cristo, de seu reinar em glória e de sua segunda vinda, o Credo nos quer proclamar que a prirnaira e a última palavra são de Deus, que Deus é Deus.

II - Meditação

Três aspectos sobressaem no estudo e meditação do texto: 1. Cristo ressuscitou; 2. Cristo reina; 3. Cristo volta. Estes três aspectos também deveriam estar presentes na pregação: a presença da ressurreição na vida da Comunidade, a presença do reinado de Cristo na Comunidade e a esperança de sua volta.

ad 1. Uma das grandes tragédias da fé cristã foi o fato de haver cristianizado o estoicismo. Dali vem aquele fatalismo que não permite à Comunidade viver a realidade da Páscoa, ascensão e segunda vinda de Cristo. Apavoro-me sempre de novo quando, em dia de enterro na Comunidade, leio as fitas roxas que envolvem as coroas de flores: último adeus de ..., saudades eternas de.... Aqui falta a certeza: Cristo venceu a morte! Aqui se faz presente toda a descrença em relação ao Pai de Jesus Cristo. Aqui a Comunidade não proclama que Deus é Deus. Aqui ela se deixa levar pela desesperança, expressa na frase desesperada porque sem complemento: Te consola!

No sepultamento-da menininha de 18 meses, morta em consequência de subnutrição, ouço: Te consola, comadre, agora tem mais um anjinho no céu! Todas estas frases estão cheias de uma certeza: A última palavra está com os poderes. Aqui o hino é cantado com outra letra: Perdeu Jesus o seu poder, a morte teve a vitória. Aqui Deus não é Deus, porque a situação de pecado que levou a criança a morrer de fome é declarada maior e mais forte que Deus.

Entretanto, Deus ressuscitou a Jesus, disse sim a ele e nesse sim está um não decidido e claro contra tudo o que levou Jesus à cruz. Na linguagem eclesiástica temos chamado isso de pecado. Mas, pecado sempre tem nome. Na manhã da Páscoa são denunciados os pecados: o lavar as mãos em inocência de Pilatos, a traição de Judas, a negação de Pedro, a fuga dos discípulos, a fuga do jovem envolto em lençol (Mc 14.51-52), a Igreja que dorme no Jardim das Oliveiras, a estrutura eclesiástica que se livra do homem incómodo para permanecer intacta. O pecado tem nome, hoje, quando a autoridade se omite, quando o latifundiário convence o pequeno agricultor a entrar na reserva indígena por 30 dinheiros, quando o presbitério silencia diante do rico membro adúltero e exclui o pobre que não contribui, quando a Comunidade se fecha em sua piedade e não tem olhos para os problemas dos grevistas no ABC (Isso está acontecendo em São Paulo e não aqui!), quando a Igreja acolhe o ébrio, mas não tem lugar para o homossexual e a prostituta, porque caso os acolher dará margem a comentários. Estes poderes não são Deus e expressam o que não é vontade de Deus. À luz de Deus eles são desmascarados como tentativas diabólicas do ser humano que quer assumir o lugar de Deus, de reinar em lugar de Deus. À luz de Deus se evidencia que estas tentativas só levam à escravidào, porque são sem Deus, só levam à morte porque o homem sem temor de Deus não tem temor diante da vida do próximo, porque se julga senhor de vida e morte.

Na manhã da Páscoa Deus mostra que ele é Deus. Dá vida onde não há vida (Jesus ressuscita), evidencia como morte o que queria ser pretensa vida (inocência de Pi latos, traição de Judas, negação de Pedro, fuga dos discípulos... omissão da autoridade, venda da terra índia por 30 dinheiros...) e promete vida a quem só espera morte. Aqui há inversão de valores, porque Jesus ressuscitou; há esperança porque Jesus ressuscitou. Por Jesus ter ressuscitado não há último adeus, há vida; por Jesus ter ressuscitado, a vontade de Deus não é anjinho nascido da morte por fome, mas criança crescendo, alimentada e nutrida. É o sim de Deus à criança e o não de Deus ao que nega o alimento, a assistência médica e a moradia.

ad 2. Jesus reina. O Deus que se revelou na humildade e que na humanidade foi até à cruz é o Deus que, em Jesus, reina em oculto na Comunidade. Também na Comunidade Cristo reina em fraqueza. Parece que também ali todos os poderes que levaram Jesus à cruz estão presentes, agindo à solta.

Em sua atividade, em seu reinado, entre manjedoura e cruz, Jesus pôs sinais. Na Comunidade, reinando, ele põe sinais de sua vitória sobre os poderes. Para quem observa a Comunidade de fora, estes sinais não são nada: Batismo e Santa Ceia. Para quem os recebe em fé são tudo, significam participação presente em cruz e ressurreição, significam: estar em Cristo. Significam: Cristo venceu os poderes, todos eles têm que lhe estar submissos. Eles só podem agir até onde Cristo o permitir. Para quem é propriedade de Jesus vale: os poderes que acossam Jesus e a sua Comunidade foram vencidos. A Comunidade pode viver a partir da nova realidade que é o reinado de Cristo, oferecido no Batismo e na Santa Ceia. Ali, nestes sinais da presença de Cristo, ela encontra o sustento para, em fé, confessar, orar, servir e responder ao Evangelho, caminhando pelo caminho que, passando pela cruz, leva à ressurreição. Nesta caminhada a Comunidade vai, assim como o Cristo, ao qual se sabe unida através de Batismo e Santa Ceia, colocando sinais do reinado de Cristo, do domínio de Cristo. Ela mostra que os poderes não são vontade de Deus, mas que a vontade de Deus se revela em cruz e ressurreição. Proclamando cruz e ressurreição em palavra e ação a Comunidade diz não aos poderes denunciados na cruz e vencidos na ressurreição, vivendo o amor revelado por Deus na mesma cruz e ressurreição em relação a todos os que sofrem sob os poderes e por causa dos poderes. Ela faz isso nesse mundo, por causa de cruz e ressurreição de Cristo, por causa da certa esperança que vem da ressurreição e do reinar de Cristo, sabendo que os poderes lhe estão submissos e que só agirão até onde Cristo o permitir.

ad 3. Mas a esperança da Comunidade não se esgota ai. Ela sabe que Cristo volta e que, então, os sinais agora vividos e experimentados de maneira imperfeita serão perfeitos e definitivos. Então, mundo, diabo, morte, pecado, nada mais terá poder. A história em que Jesus foi crucificado, na qual ele continua sendo o desconhecido crucificado, terminará, dando lugar a um mundo no qual se manifesta a glória do ressurreto. Este dar lugar significa juízo. Este Juízo não se dirige apenas a pessoas, como normalmente se propala. O Antigo Testamento nos mostra que povos inteiros são chamados à responsabilidade por Deus e por ele julgados. Em Jesus este aspecto não desapareceu (cf. Mt 11.20ss; 23.37ss; Lc 13.34ss; 19.41 ss). No Apocalipse as cartas não se dirigem a indivíduos, mas a Comunidades e a elas anunciam o juízo. Nesta situação de juízo se evidencia que, diante de Deus e de seu Cristo, não somos apenas indivíduos pecadores, mas humanidade pecadora. Somos povo em comunhão contra Deus.

A volta de Cristo não se esgota em juízo. A volta de Cristo significa que foi alcançado o alvo da história de Deus com a humanidade: o Reino de Deus. O autor de 2 Pe expressa isso nas palavras: Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça (2 Pe 3.13). É a criação de Deus em que habita a justiça, isto é, o lugar onde o cumprimento da vontade de Deus se dá sem os obstáculos colocados pelo pecado. Ali não há mais as consequências do pecado: morte, luto, pranto, dor (Ap 21.1-4). Desse Reino de Deus participa não só o homem, mas toda a criatura que espera a redenção para a liberdade gloriosa dos filhos de Deus. O significado concreto dessas palavras não pode ser expresso pela pequenez de nosso raciocínio. Aqui nós nos encontramos nos limites escatológicos do conhecimento da fé.

III - Subsídios litúrgicos

1. Intróito: Assim diz o Senhor: Não temas, eu sou o primeiro e o último e aquele que vive: estive morto, mas eis que estou vivo pelo séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno.

2. Confissão de pecados: Senhor Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Vimos até ti com a bagagem de toda uma semana! Vimos até ti com nossos pensamentos e acões, com nossas experiências, encontros e desencontros. Tudo isso deitamos no chão, diante de ti, neste culto que celebramos, porque tu foste até à cruz por nós, porque tu ressuscitaste e venceste. A voz dos cristãos está fraca, Senhor Deus; será por nossa fraqueza? Será por estarmos sobrecarregados? Será por estarmos sendo exigidos demais nestes tempos tão confusos? Perdoa-nos, Senhor, ouve nossa súplica. Sê conosco! Amém.

3. Absolvição: Se esta foi a tua confissão sincera, anuncio-te, em nome do Senhor Jesus, o perdão de todo o teu pecado. Que te seja feito assim como creste!
Assim diz o Senhor: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente.

4. Oração de coleta: Senhor Deus, Pai misericordioso, nós te louvamos! Teu mundo experimentou o teu amor. Tu no-lo demonstraste em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, esperando pelo homens na esperança por nova vida; nascido criança como sinal de que tu estás conosco; que em teu nome trouxe a verdade a respeito da vida; que morreu na cruz para que te sirvamos em liberdade; ao qual tu deste nova vida para que o mundo reconheça o novo tempo nele inaugurado; ao qual queremos seguir porque ele nos encoraja.

5. Epístola: Efésios 1.15-23 ou Colossenses 3.1-4.

6. Evangelho: Atos 2.22-36.

7. Oração final (subsídios}: 1.Invocação

2. Graças pela palavra

3. Intercessão pela Igreja local, nacional e universal: tentações, negação, auto-segurança, confirmandos, perseguidos, os que desconhecem a Cristo.

4. Governantes, paz, participação para todos nas riquezas e bens, técnica e cultura, pão, discriminação racial, justiça social, leis justas. Relacionamento de patrões e empregados, índios, povos perseguidos e sujeitos ao extermínio. Jornalistas e repórteres: Verdade! Motoristas: Respeito pela vida alheia!

5. Doentes, idosos, deficientes físicos, solitários, angustiados. Prece por pessoas que se ocupem com eles. Presos. Pais e filhos. Marido e mulher. Famintos. Diáconos e diaconisas. Pessoas que nos são antipáticas.

6. Que tudo seja pedido em nome de Jesus, com o Espirito Santo e o Pai!

IV - Bibliografia

ALTHAUS, P. Die Theologie Martin Luthers. 2. ed., Gütersloh, 1963.
COMISSÃO INTERLUTERANA DE LITERATURA, ed. Livro de Concórdia. As Confissões da Igreja Evangélica Luterana. Tradução e notas de A. Schüler. São Leopoldo/Porto Alegre, 1980.
IWAND. H.J. Luthers Theologie. In: Nachgelassene Werke. Vol. 5. München, 1974.
KELLY, J.N.D. Altchristliche Glaubensbekenntnisse. Geschichte und Theologie. Göttingen, 1972.

Proclamar Libertação – Suplemento 1
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia


Autor(a): Martin Dreher
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1982 / Volume: Suplemento 1
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 7296
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