O centro das atenções

27/01/2011

Quem participa da vida comunitária cristã experimentou no Natal, na criança da manjedoura de Belém, o centro das atenções. Por quê? Os céus, através dos anjos, se mobilizaram para anunciar aos pastores quem é o Salvador do mundo. Com a estrela no céu do oriente não foi diferente. Num primeiro momento, os magos até se atrapalharam e foram perguntar a quem nem deveriam perguntar, o rei Herodes. Lendo, porém, na palavra dos profetas, os magos finalmente chegaram a Belém onde encontraram o menino, a quem deram seus ricos presentes.

Ser o centro das atenções pode ser interessante e até render prestígio e muito dinheiro. Assim o foi para muita gente no passado e continua sendo até hoje. No entanto, para José e Maria, os pais de Jesus, ser o centro das atenções significou problemas. Para evitar o assassinato do recém nascido, foram obrigados a fugir para o Egito. Felizmente, depois da morte de Herodes, puderam voltar e viver na pacata Nazaré, onde tudo indicava que a vida seria tranquila até a velhice.

Jesus, assim como milhares do seu povo, foi ao deserto junto ao rio Jordão, para ouvir João, o batista. Era, em seu tempo, um pregador admirado por muitos. Apesar da dureza de sua mensagem, milhares a ouviram e, demonstrando arrependimento, foram batizados com água. Também Jesus entrou na fila de quem foi para ser batizado. Comprometido com Deus, João, o batista, ao se confrontar com Jesus, diz humildemente: “Ele (Jesus) vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele.” (João 1.27).

Depois de batizar Jesus, João, o batista, passa a ser uma testemunha do Senhor. E nas palavras do evangelho deste domingo (João 1.29-42), lê-se no v. 29: “Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João, portanto, não tinha dúvidas de quem deveria ser o centro das atenções. Mas ser o centro das atenções significou para o Filho de Deus ser hostilizado, agredido, preso e brutalmente assassinado numa cruz.

Num gesto inconfundível de amor, Deus declara que o Filho, morto na cruz, é o Cordeiro. Mesmo que o mundo estivesse ofuscado pelo brilho e o poder do imperador e dos seus exércitos, Deus decreta na ressurreição de seu amado Filho, que o centro das atenções, é o Cordeiro. E ressuscitando Jesus, Deus declara que ele ama o mundo. Ele deseja um mundo reconciliado e que experimente o amor de Deus através do perdão e, consequentemente, exercite o perdão e a paz no convívio com o próximo.

Dietmar Teske – pastor sinodal
(publicado no Jornal Regional ´Diário Popular´ em 16/01/11)

 


Autor(a): Dietmar Teske
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sul-Rio-Grandense
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7645
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