Entre os luteranos existem muitos caminhoneiros. Eles não têm uma vida fácil. Para muitos, a profissão também não permite uma vida mais ativa na Comunidade. No ano passado, perdi um amigo caminhoneiro que, de maneira contrária à maioria, se dedicou de corpo e alma à igreja. Era gente como a gente. Acertava e errava. Deixou muitas lições. Algumas vezes tive a impressão de que ele gostava de ouvir a expressão “impossível”. Era como combustível para coloca-lo em ação. Preciso reconhecer que ele nem sempre usava a estratégia mais correta, mas lutava com garra para alcançar seu alvo. Ele era gaiteiro. Não era um excelente músico. Mas, quando sua gaita não estava presente, todos sentiam a falta. Quando começou a tocar na igreja, os cultos se tornaram mais ricos. Aquela “mãozinha” na liturgia se tornou um ministério: “Os Caipiras de Cristo”. Nosso cancioneiro luterano ganhou um timbre mais sertanejo. Fez sucesso. Assim o Mercedes Cara-Chata do Ico seguia para todos os cantos, carregando a família, os amigos e a gaita. Ele apenas dizia: Quem quiser ir junto esteja pronto na beira da estrada! Nem todos vinham, mas os que embarcavam na viagem aproveitavam e hoje, com certeza, sentem saudades. Que o falecido Ico nos sirva de exemplo, não nos erros. Mas, na dedicação. Reflita sobre Romanos 11.29: “Os dons e a vocação de Deus não voltam atrás”.