O boné
Celma Christina Rocha da Veiga
Ricardo queria um boné. Quis muito tempo. Pensou, sonhou... Mas, não queria um boné qualquer, queria um boné azul e amarelo. O menino recomendou bem: — Não é azul fraco! Quero azul forte! Azul forte do meu lápis de cor. E lá vem o pai de Ricardo. Ele traz algo na mão.
— O meu boné! Grita Ricardo.
Boné na cabeça, pra frente, pra traz, pra um lado, pra outro... Ricardo encontra um jeito, o seu jeito de usar boné. Boné com bermuda e tênis. Boné com camisa, calça e sapato. Boné com pijama. Boné até na cama. No banheiro, até no chuveiro. Molhou o boné.
Na escola, jogando bola, com seus amigos... Lá vai Ricardo e o boné azul e amarelo. Mas veio outro menino. Também queria o boné... E lá se vai um menino e um boné... O boné que quis tanto tempo... Que pensou e sonhou. Mas, não tinha quem lhe trouxesse. Pegou o boné. Não era o seu. Era do Ricardo. Ricardo ficou triste, muito triste. Os amigos de Ricardo também ficaram tristes. Acabou o jogo. Guardaram a bola, todos foram para casa.
Ricardo chorou, sentiu saudade, pensou no boné e no menino...
A campainha tocou... Era Pedro, amigo de Ricardo. Sabe o que trazia? Um boné quadriculado, azul e amarelo, para Ricardo. Outra vez a campainha, era Daniel, com um boné listrado, azul e amarelo para Ricardo. E de novo a campainha. Desta vez era o Gregório, com um boné azul bordado com o nome de Ricardo, em amarelo.
Ver ìndice do Anuário Evangélico - 1998