Os discípulos de Emaús disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras? (Lucas 24.32)
O arder do coração geralmente está associado a duas causas. O coração pode arder, pulsar intensamente, quando nos apaixonamos por alguém. É um arder que faz a vida oxigenar. É um arder que nos encanta pela vida. Por outro lado, o arder também pode expressar que algo está errado com o nosso coração, que ele está diante de um infarto. A ansiedade, as incertezas, as preocupações, as perdas podem acelerar o coração de tal forma que o arder pode significar uma ameaça à continuidade da vida.
Os dois discípulos a caminho de Emaús nos revelam que há uma terceira causa que faz o coração arder: a presença do Ressuscitado. Os corações dos dois discípulos estavam tomados pela dor da perda de Jesus. E o que acontece no caminho a Emaús? O Ressuscitado se põe ao lado, caminha e ouve o que arde nos corações dos dois. Em seguida, o Ressuscitado começa, ao expor a eles as Escrituras, a transformar a dor que sufoca e angústia e um arder que faz a vida novamente pulsar de esperança e alegria.
No momento em que o Ressuscitado parte o pão os olhos dos dois discípulos se abrem. Eles reconhecem o Ressuscitado e também a razão do coração arder não de dor, mas de alegria novamente. Um ardor que não leva mais a fuga, mas ao testemunho de que Ele vive!
Como está o seu coração? Ele está prestes a enfartar pela ansiedade, estresse, medos, angústias e perdas?
O meu convite é: Deixe o Ressuscitado também no seu coração o milagre da vida operar. Deixe Ele ao seu lado caminhar. A sua palavra e o seu pão ele partilha conosco em nossa comunidade. Deixe também o Ressuscitado o seu coração transformar. Como nos lembra o Salmista: “A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho”.
Pr. Ernani