O Advento Chega Devagarinho

Poesia

05/12/2009

O Advento chega devagarinho
Como nas asas do tempo,
Reorganiza os templos
E tinge de violeta os altares.
Árvores da cidade se adornam com brincos multicores,
Enquanto os hinos natalinos
Se mesclam com os cânticos
Melancólicos das cigarras.

O Advento chega devagarinho
E anuncia a vinda, a chegada e o aparecimento
De um antigo e novo acontecimento,
Que renova n’alma o sentimento
Do perdão que borbulha em corações feridos
E explodem em mensagens de amor e paz.

O Advento chega devagarinho
E as matas exalam um perfume
Que embalsama os ares
Enquanto os pássaros cantam
E se acasalam num ritual da vida.
No sul e sudeste a natureza, mal humorada, chora.
Enquanto os rios indiferentes
Deixam multidões na estrada
E a terra engole cadáveres em seu ventre escuro.

O Advento chega devagarinho
Na cidade com suas ilhas de fantasias
Onde os presépios, de todos os tamanhos,
Anunciam a chegada do Natal e do Ano Novo.
Para alguns é tempo de dança, de bonança e de graça,
E para muitos tempo de dor,
De desolação e de des-graça.
Entretanto, é para a multidão,
Tempo de perdão, de união,
De compaixão e conversão.

O Advento chega devagarinho,
Visita o nordeste e o norte,
Uns maldizendo a sorte
Vão driblando a morte.
É “Morte e Vida Severina”
No estro de João Cabral,
O de Melo Neto,
Em seu José, mestre carpina,
Que se torra na vida de retirante
E vê como única saída,
Saltar prá fora da vida.

O Advento chega devagarinho
E enaltece Maria,
Uma bendita mulher
Que restaura a esperança
E a vontade de viver
Para o pobre e humilhado
Com seu canto de louvor
Anuncia com alegria
Que um menino vai nascer,
Sinal de um mundo novo
Artífice de um novo dia.

O Advento chega devagarinho
Cantam o céu e a terra
Uma melodia afinada
Que ao mundo o anjo anunciou
E engravidou muitas almas
Como Espírito missionário,
O paráclito divino,
Que fez gerar o menino,
Senhor do nosso destino,
Que no Natal é adorado.

E na longa noite que havia,
Por gerações sucessivas,
A humanidade vislumbra
Esta estrela matutina,
Senhor de um novo cosmos,
Arquétipo de um novo ser.
Vem como o príncipe da paz,
Vem como o filho do homem,
Vem como o filho de Deus.


Mozart Noronha
 



 


Autor(a): Mozart João de Noronha Melo
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Vários
Perfil do Texto: Poesia/Poema
ID: 11943
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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