“O coração da gente faz planos. Mas, a palavra certa vem da boca de Deus” (Provérbios 16.1). A Paróquia Martinho Lutero iniciou 2020 com muitos sonhos. Pela primeira vez em sua história, as três comunidades passariam a ter celebrações todos os finais de semana. É óbvio que, tal intensidade nas atividades, exigiria mais do ministro e dos candidatos, também das equipes de louvor, Culto Infantil e recepção. Mas, todos toparam o desafio e estavam felizes. Houve até um aumento na participação média durante o veraneio. Contudo, logo em seguida, repentinamente houve a ruptura. Devido à pandemia, as comunidades pararam com suas atividades presenciais. Uma ducha fria foi jogada sobre a movimentação iniciada com tanta paixão. Como aos demais ministros e Presbitérios da IECLB, surgiu a pergunta: Agora, como vamos ser igreja durante o isolamento? Recolher-se e ficar quieto. Férias forçadas? Sim e não! Ao entocar as pessoas em casa, a pandemia permitiu uma aproximação maior das famílias, o renascimento do culto doméstico e um diálogo mais profundo. De repente, os mais jovens passaram a enxergar com mais cuidado os idosos e doentes. Quem sabe pela primeira vez, alguns perceberam que uma crise financeira mundial se aproximava e vai bater na sua porta também. Será um arrocho geral. De repente, a oração ganhou outro valor. As pessoas até sentiram mais vontade de ir à igreja. Mas, era impossível. Os ministros, então, partiram ao encontro das pessoas dentro de seus lares. Começaram a pipocar ofertas de vídeos, reflexões e aconselhamento via WhatsApp. As emissoras de rádio ganharam novo valor. De fato, vivemos um momento novo, onde precisamos achar o melhor jeito de suprir nossas necessidades espirituais. Depois de 40 dias, ao menos aqui em Santa Catarina, abriram-se as portas dos templos. É possível celebrar novamente. Mas, apareceu uma nova questão: Convém? O Coronavírus, mesmo com a negação de alguns, continua presente, trazendo muitas incertezas. Devo ir à igreja ou não? Afinal, posso ser contaminado ou contaminar. O cuidado com o meu próximo me permite tal risco? Por outro lado, é justo que alguns possam ir à igreja e outros não, sendo que os “aparentemente” saudáveis podem prejudicar os mais fracos? Perguntas e mais perguntas. Certo é que, no meio do turbilhão atual, Deus tem algo para nos dizer. Nossos ouvidos estão atentos? Ou, estamos preocupados apenas em fazer com a que a vida volte a ser como antes? Será que existirá o “como antes”?