Como pastor sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém, cabe-me divulgar esta nota diante da repercussão que o manifesto pela democracia e contra a corrupção trouxe à tona.
1) Agradeço pelas muitas manifestações a favor e contrárias ao manifesto. Isso mostra uma Igreja democrática por excelência, na qual todos e todas podem se manifestar livremente, também os ministros e as ministras da Igreja.
2) Percebi que parte do documento tem a aceitação da grande maioria, quando ele fala que “somos a favor da investigação de todos os partidos e de todas as pessoas envolvidas em atos ilícitos”. E eu acrescentaria ainda: somos a favor de uma investigação profunda e ampla, inclusive nos estados e nos municípios, em todo o país.
3) Percebi também que a parte do documento que mais provocou reações foi a frase: “somos contra o processo do impeachment da Presidenta da República”. Na verdade, por detrás desta frase está o sentimento de que a maneira como está sendo conduzido o processo e os atores que o conduzem, muitos deles, não têm moral, do ponto de vista ético, para conduzi-lo, como diz o manifesto “a maioria dos que julgam o processo de impeachment estão citados nas listas de corrupção”.
4) O documento não faz referência partidária e nem defende um partido; isso realmente não convêm à Igreja e nem aos ministros. Mas os ministros têm o compromisso de se posicionar sobre assuntos que atingem a sociedade como um todo. Assim, temos nos posicionado em relação à crise hídrica, à violência no trânsito e aos homicídios de mulheres.
5) Independente do resultado do impeachment, seja qual for o presidente, reafirmo que os corruptos e os corruptores continuem sendo investigados e sejam exemplarmente punidos, não só na política, mas em todos os níveis da sociedade, dentro das normas da Lei e do estado democrático.
6) Reafirmo o compromisso evangélico, como consta no manifesto: “o nosso compromisso com a justiça social, com a ética, com a igualdade de direitos, a solidariedade com os pobres e excluídos; unimo-nos a todas as vozes e movimentos em defesa da democracia e de uma profunda reforma política”.
Recebam minhas saudações fraternais.
Joaninho Borchardt
Pastor Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém