“Não temas, porque eu te remi, chamei-te pelo teu nome, tu és meu.” (Isaías 43.1b)
A maioria de nós pensa que esta verdade bíblica acima mencionada seria facilmente aceita e entendida por todos que a ouvem, não é verdade? Mas na prática é uma das verdades mais difíceis de ser aceita e de ser digerida pelo ser humano! O mais comum e corriqueiro é pensar o quão indignos nós somos do grande amor de Deus. O nosso próprio coração testemunha contra nós neste particular, mesmo quando insistimos em aceitar aquilo que Deus nos promete! Simplesmente nos aceitar como redimidos e amados por Deus, não necessitados de nada provar e de nada merecer, vai contra a correnteza do “rio do amor de Deus” para conosco. Mas o capítulo 43 de Isaías é contundente, afirmando no vers. 4: “És precioso aos meus olhos, digno de honra, eu te amei!” Ah, que promessa maravilhosa, que promessa que dá e oferece MAIS VALIA ao ser humano, independentemente de quem é o ser humano. Só podia ser mesmo de Deus tal palavra!
Parece que um vírus mortal tomou e toma conta do ser humano, insistindo que não precisamos depender de ninguém para sermos alguma coisa, nem mesmo do próprio Deus. Somos sempre de novo manifestamente independentes de Deus. O nosso vício “adâmico” certamente é o da autodeterminação, da independência, fazendo com que não aceitemos as múltiplas ofertas de amor e de graça, misericórdia e piedade que Deus tem para conosco. Isto parece ferir o nosso orgulho, a nossa vaidade. E de modo especial, voltando ao texto inicial, a nossa independência faz com que tenhamos homéricas dificuldades em aceitar a remissão plena e total de todos os nossos pecados. O texto de Isaías deflagra dos céus um jeito sui generis de Deus nos tratar e de se relacionar conosco: Nada precisamos fazer, basta aceitarmos o presente que Ele tem para conosco! Nesta certeza queremos viver e desta verdade queremos sempre de novo nos nutrir, pois somos aceitos da parte de Deus como somos, sem precisarmos nos reformar, aprimorar, ajeitar, fazer por merecer. Deus tudo já realizou em nosso favor. Nada mais precisamos provar. Basta que aceitemos tal presente em fé! Que tal?
Pastor Douglas Wehmuth
Porto Alegre - RS
Representante Sinodal no Conselho de Igreja
Sínodo Rio dos Sinos
