Não só na morte!

13/04/2015

Nós ministros da igreja – pastores/as, diáconas/os – estamos sempre lidando com a morte em nosso caminho. Por mais incrível que possa parecer, até lidamos mais com situações de morte que muitos médicos se considerarmos o acompanhamento antes, durante e depois. A morte é uma realidade dura no caminho de um ministro da palavra de Deus.

O meu objetivo não é falar somente da morte neste texto. A alguns dias atrás, recebemos a notícia do falecimento de um tio da minha esposa. Morte é algo inesperado. Não está agendado. Acontece de uma hora para outra, muitas vezes sem que alguém esteja esperando. A morte do tio da minha esposa aconteceu no estado vizinho, Santa Catarina. Não havíamos planejado ir para lá naquele final de semana, pois era um final de semana de trabalho. Os finais de semana são os dias mais intensos no ministério pastoral. Sexta à noite recebemos a notícia do falecimento e começou o planejamento de como estar neste sepultamento. Afinal, gostaríamos de estar presentes junto a família mais próxima neste momento tão delicado de suas vidas. Resumindo a história: cancelamos e reagendamos as atividades e fomos para o velório seguido pelo sepultamento.

Ficou ressoando dentro de mim uma pergunta: por que nós conseguimos tirar tempo para ir no velório e não em outras ocasiões? Quantas vezes recebemos convites para irmos numa festa de aniversário de um parente, mas simplesmente a rejeitamos, pois dizemos que não temos tempo. Mas no momento em que perdemos um familiar, largamos tudo e vamos nos encontrar com a família. Se antes não tínhamos tempo, agora temos! Pessoas, famílias que não se avistavam há anos, neste momento se encontram. Será que não existe aí uma incoerência? Não seria isto uma hipocrisia? Não estaremos nós dedicando tempo demais a questões menos importantes? Será não seria mais interessante reunir a família, ou as famílias, enquanto todos estão vivos? Por que só na morte? Por que agora é possível e antes, não? Não que não seja importante estar presente no momento de despedida de um ente querido, mas penso que precisamos nos encontrar mais enquanto os nossos familiares estão vivos. Valorizemos o convívio em família enquanto ainda temos os nossos familiares conosco, pois fará mais sentido enquanto temos todos, ou quase todos conosco. Valorizemos cada almoço em família. Valorizemos cada encontro de famílias, pois não sabemos quem estará conosco no próximo encontro, ou se haverá um próximo.

Jesus Cristo diz: Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Mateus 6.33-34

Aproveitemos o dia de hoje. Talvez a nossa família não seja a melhor de se lidar, mas é possível que na próxima vez não teremos chance de reuni-la toda novamente. Existe uma expressão em latim que diz: Carpie diem, que significa, aproveite bem o seu dia. Faço um convite a você leitor (ouvinte): aproveite bem este dia, com a sua família, seus amigos.
 


Autor(a): P. Jonas Krause
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 32841
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Ser batizado em nome de Deus é ser batizado não por homens, mas pelo próprio Deus.
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