Zequinha entrou em casa cheio de raiva. Ao ver o menino alterado, o pai chamou-o para uma conversa. O menino indignado disse: Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Ele me humilhou na frente dos demais jogadores do time. Eu não posso aceitar. Desejo que ele morra. O pai apenas escutava. Em seguida, pegou o saco de carvão que estava ao lado da churrasqueira. Levou Zequinha ao fundo do quintal. Então, sugeriu: Filho! Faz de conta que o muro nos fundos é o Juca. Jogue todo carvão, até o último pedaço. Pense nele e descarregue sua raiva. Volto logo mais para ver como você está se sentindo. O menino achou bacana a ideia e pôs as mãos no saco, jogando um torrão após o outro. De longe, o pai apenas espiava. Passados alguns minutos, aproximou e perguntou: Como você está se sentindo agora? Pensei no Juca e joguei todo o carvão. Sinto-me melhor. Confessou o menino. Com muito jeito, o pai convidou-o para entrar, colocando um espelho na sua frente. Zequinha levou um susto, pois estava totalmente encardido. Não apenas as mãos, mas também as roupas e o próprio rosto. É assim! Disse o pai. O mal que desejamos aos outros acaba borrando a nossa própria existência. Por mais que desejamos atormentar alguém com nossos pensamentos, a pior parte sempre fica na gente mesmo. Zequinha entendeu o recado. Tomou banho, trocou de roupa e orou, entregando a situação a Deus. “Quem toma cuidado com o que diz está protegendo a sua própria vida. Mas, quem fala demais destrói a si mesmo” (Provérbios 13.3).