Um pequeno agricultor lutava com muitas dificuldades para manter suas terras. Ele possuía um jegue para ajudar nos trabalhos. Certo dia, seu filho veio trazer a triste notícia de que o jegue havia caído num poço abandonado. O poço era muito profundo. Seria extremamente difícil tirar o animal de lá. O agricultor foi rapidamente até o local do acidente. Avaliou a situação. Pela dificuldade para retirá-lo do fundo do poço, chegou à conclusão que não valia a pena investir na operação de resgate. Tomou, então, a difícil decisão. Determinou que se filho pegasse a espingarda e sacrificasse o animal. Em seguida, cobrisse com terra o poço até enterrá-lo, a fim de nenhum outro animal caísse no mesmo lugar. O filho ficou com dó, não sabendo com agir diante da situação. Simplesmente, começou a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o jegue. Mas, à medida que a terra caía sobre o dorso do animal, ele a sacudia. A terra ia se acumulando no fundo, possibilitando assim ao quadrúpede ir gradualmente subindo. Logo o menino percebeu que o jegue não se deixava enterrar. Mas, ao contrário, ele estava subindo à medida que a terra enchia o poço. Até que, finalmente, num salto conseguiu sair por sua própria conta. Sabendo do caso, o pai ficou muito satisfeito. O jegue pode viver ainda muitos anos servindo fielmente ao seu dono. Por isso, se você estiver lá embaixo, sentindo-se pouco valorizado, ou quando os outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidade e do apoio, lembre-se da história do jegue. Não aceite a terra que jogam sobre você, sacuda-a e suba sobre ela. Quanto mais jogarem, mais você irá subir. Não esqueça jamais que Deus faz forte ao que está cansado (Isaías 40.29).
“Só Deus Sabe” com Mattos Nascimento...