Na Festa da Colheita tem alegria no Céu

Prédica

13/09/2010

Lucas 15. 1-10

Ao ler esta passagem bíblica, pensei, num primeiro momento: O que isto tem a ver com Festa da Colheita? O texto fala a respeito do amor que Deus tem pelos pecadores. Falando em forma de parábola, Jesus diz que existe muita alegria quando uma ovelha perdida é reencontrada, que existe muita felicidade quando uma moeda que estava perdida é achada. A pessoa que reencontrou a ovelha reúne amigos e vizinhos para se alegrar. A mulher que achou a moeda perdida reúne amigas e vizinhas para festejar. Assim Deus se alegra e assim os anjos do céu se alegram quando um pecador se arrepende.

O que isto tem a ver com Festa da Colheita? O que isto tem a ver com um Dia de Ação de Graças?

Na verdade eu penso que no dia de hoje, quando a Comunidade se reúne para celebrar a Festa da Colheita, Deus também está se alegrando. Os anjos do céu estão se alegrando pelo fato de nós estarmos reunidos para agradecer a Deus por todas as dádivas recebidas. Porque, na verdade, a ingratidão a Deus é pecado. Quando nos esquecemos de agradecer a Deus, estamos nos distanciando dele. Quando não reconhecemos que foi Deus quem nos deu, nos dá e nos dará todas as boas dádivas, estamos nos tornando a ovelha perdida ou a moeda perdida que precisam ser achadas, que precisam ser reencontradas, que precisam ser resgatadas. Ingratidão a Deus é perdição. Por que ingratidão a Deus é perdição? Porque sendo ingratos a ele, estamos o negando como Pai Criador, como Deus Salvador, como Deus Auxiliador. Ingratidão a Deus é pecado contra a Santíssima Trindade.

Voltar a dar graças a Deus! Isto é arrependimento. Agradecer é um voltar-se para Deus. Festa da Colheita é uma atitude de agradecimento a Deus. É reconhecer Deus como Senhor. Portanto, somos hoje o pecador que se arrepende. Somos as ovelhas reencontradas. Somos as moedas reencontradas. Por isso existe júbilo no céu. Por isso Deus se alegra. Por isso os anjos do céu se alegram. Por isso é festa no céu.

A nossa Festa da Colheita é sempre um chamado para o arrependimento: Reconheçam todos os dias que Deus criou o céu, a terra e tudo o que neles existe para o nosso bem. Reconheçam que Deus deu a vida para cada um de vocês. Deus deu a vida para todos nós. É ele quem nos dá o pão de cada dia. É ele quem nos presenteou com a maior de todas as dádivas: a salvação por graça, pela fé em Jesus Cristo. Reconhecer isto é voltar-se para Deus. Reconhecer isto é arrepender-se. É permitir que Deus seja Deus!

Precisamos reconhecer humildemente: Por causa da nossa ingratidão a Deus muitas vezes nos tornamos a ovelha que se perdeu. Muitas vezes somos a moeda perdida porque não reconhecemos Deus como sendo aquele que tudo nos dá por graça e por bondade. E aí precisamos ouvir o convite que ecoa alto por ocasião de cada Festa da Colheita: Voltem-se para Deus! Retornem aos caminhos da gratidão a Deus.

O povo de Israel, como relata o texto do Antigo Testamento previsto para hoje (Êxodo 32. 7-14), foi, por vezes, um povo ingrato a Deus. Os israelitas tornaram-se também ovelha perdida e moeda perdida por causa de sua ingratidão. Pois vejam bem: Deus tinha feito tudo por este povo. Libertou os israelitas das mãos dos seus opressores no Egito. Abriu-lhes o mar para que pudessem escapar dos seus perseguidores. Conduziu-os pelo deserto afora, ajudando, sustentando e salvando. Quando veio a fome, deu-lhes o maná. Quando veio a sede, fez jorrar água das rochas de Refidim. No entanto, o que os israelitas fizeram? Só porque Moisés estava demorando voltar lá do monte Sinai, onde tinha ido para receber os mandamentos das mãos de Deus, os israelitas resolveram fazer para si um bezerro de ouro que passaram a adorar. Derretaram seus brincos, fabricaram seus deuses, dizendo: “Estes nos tiraram do Egito”. Ingratidão a Deus! Este era o pecado que se transformou em idolatria.

Esquecer de todo o bem que Deus nos fez e faz. Isto descamba para o lado da idolatria. Das dádivas que vêm das mãos de Deus muitas vezes passamos a fazer objetos de adoração. Colocamos os bens materiais acima de Deus. Permitimos que os bens materiais nos escravizem. Fabricamos, para nós, bezerros de ouro. Sim, a ingratidão a Deus se transforma muito facilmente em idolatria.

Que este dia de ação de graças seja para todos nós uma volta para Deus. Estamos nos arrependendo de nossa ingratidão a Deus. Estamos nos comprometendo em entender a nossa vida, os nossos bens, o pão de cada dia e a salvação, como presentes que nos são dados por Deus. E, por isso, recebemos tudo com ação de graças. E que a nossa firme confissão nesta Festa da Colheita seja: Deus é nosso Criador, Salvador e Auxiliador. Assim podemos nos alegrar. E assim haverá júbilo no céu porque pecadores se arrependeram de sua ingratidão e voltaram a adorar a Deus como doador de todas as boas dádivas.

P. Valdemar Gaede


Autor(a): Valdemar Gaede
Âmbito: IECLB / Sinodo: Espírito Santo a Belém / Paróquia: Santa Maria de Jetibá (ES)
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ação de Graças - Festa da Colheita
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 15 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 10
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 8077
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