No melhor estilo da sua época, Jesus usava uma túnica. Na hora do julgamento, para esculhambar, cobriram-no com uma capa escarlate. Na sepultura, um lençol, segundo o costume. Provavelmente a elite usa roupas mais chiques, tanto em vida, quanto na morte. Também, os soldados tinham seus saiotes, sandálias e capacetes. Na verdade, os trajes da época seriam totalmente inapropriados em tempos atuais. Cada geração e região cria o seu próprio estilo. Aliás, atualmente, cada estação traz sua moda com cores específicas. Todavia, as verdades do Mestre não são modas. Elas atravessam épocas e continentes. Quando diz: “Cuidado ao acumular tesouros na terra, onde a traça destrói” (Mateus 6.19), cita também a moda. De fato, mesmo sendo uma praga, Deus criou a traça, que se tornou útil na divulgação do Reino de Deus. O que é do mundo, aqui se consume. O que vem do Senhor, permanece eternamente. Por isso, logo mais no Sermão do Monte, Jesus acrescenta: “Nem Salomão, com toda a sua riqueza, teve a beleza da qual se reveste o lírio” (Mateus 6.28). A moda vem e passa. Aquilo que fica enfiado nos cantos, a traça consome. Se a traça não ataca, os ditames da moda aniquilam. É a lei do mundo. É a lei do consumo. Contudo, não convém esquecer: “Guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23).
“Meu Coração” é de autoria do Wladimir Marcos de Araújo.