Na Paróquia São Mateus procuramos levar a sério o chamado da missão, e o Conselho Missionário tem se desdobrado nesta tarefa. O que quero fazer hoje, é ousar um pouquinho. Ou seja, quero demonstrar que missão tem a ver com ensino de conteúdo e com objetividade.
Ensino
Jesus estava entre seus seguidores e disse: Alguém dentre vós sabe verdadeiramente quem eu sou? Um deles respondeu: - O senhor é a manifestação escatológica das profundezas do nosso ser, a fundação ontológica do contexto do nosso íntimo revelado... E Jesus: Ooo queee?...
O ensino do Evangelho dá vida à missão. O que Jesus pediu de nós é que nos empenhemos no ensino claro da Verdade (Mateus 28). Sem este conteúdo não há missão de Deus. Por isso permitam-me uma comparação com o esquema tático do futebol brasileiro. Uma semana antes da copa essa ideia poderia ser motivadora.
“Uma grande seleção de futebol só poder ser realmente grande quando reflete em sua maneira de jogar os ideais e o modo de vida do país que a produziu”. As palavras do escritor Vladimir Dimitrijevic podem muito bem caracterizar o retrato que o povo cristão está deixando para as gerações que lhes seguem. A seleção cristã joga outra bola, é verdade, mas a marca que imprime, a lembrança que deixa, está diretamente relacionada à paixão com a qual atua no campo da missão, do evangelismo, do testemunho. Continua: “No inverno as costuras se congelavam. As boladas feriam o corpo e a pele ficava para sempre com estampas em forma de xis. Nós exibíamos as cicatrizes como medalhas. Elas eram nossas marcas de grandeza pessoal”. Referia-se às conseqüências do jogo duro e disputado com bolas toscas confeccionadas de couro de boi, costuradas com tiras de couro, contendo uma bexiga de boi fazendo o papel de câmara de ar.
Quais são as marcas que ficam em nosso couro? Temos nos oferecido para ser marcado pelo serviço no reino de Deus? Temos nos contentado com nossa projeção pessoal (como alguns craques o fazem), sem nos importar com o grupo, com o Corpo de Cristo?
O ensino do Evangelho corresponde ao gol do futebol. O gol significa ter alcançado o objetivo traçado. O campeonato todo pode ser nosso projeto missionário: várias vitórias, algumas derrotas e empates nos fazer percorrer o caminho missionário.
Ousadia
Qual é a nossa jogada mais ousada? Vendo Jesus e Pedro caminharem sobre as águas e entrarem no barco, gritou um companheiro de jornada: - Pedro, o que preciso fazer pra andar também sobre as águas? Pedro respondeu: - Fé, meu filho, muita fé. O camarada tentou entrar na água e começou a afundar, enquanto Pedro gritava: ''Mais fé, rapaz, mais fé...'' Jesus vira pra Pedro e diz: - Pedro, não faz isto com o pobre homem. Ensina o caminho das pedras...
Ser ousado na missão não é ter uma fé que não resulte em compromisso e obediência. A fé que traz compromisso é a que se baseia na Verdade.
Da mesmo forma não se ganha uma Copa do Mundo se Futebol sem um bom esquema tático. Lembram do pentacampeonato? O técnico pentacampeão teve uma tarefa muito difícil. Ninguém acreditava que aquele conjunto desgrenhado de vinte e três jogadores pudesse chegar onde chegou. Individualmente, cada um deles sabia o que deveria fazer para se manter em evidência. Só que o desejo de evidência pessoal quase sempre entra em conflito com as pretensões do técnico. Isso é prato cheio para desentendimento e desunião no time. Assim se perde uma copa facilmente.
Esquema tático de “Missão Hexacampeã”
1. Lideranças como chave estratégica – Quem já conhece a Verdade, quem já tem compromisso com a Verdade – e isso desde o batismo cristão – deve traduzir isso na motivação correta de todos os cristãos, em vista da convocação que lhes é feita em Mateus 28.18ss e 1Pedro 2.9.
2. Cada pessoa cristã é uma testemunha – é o mais óbvio princípio da Igreja que se coloca como corpo sob as ordens de Jesus. Cada pessoa deve fazer usa parte com dedicação e seriedade, como nos inspiram Marcos 1.17 e Atos 1.8.
3. Testemunhas em todos os lugares e circunstâncias – não importa o lugar, o tipo de campo e nem as circunstâncias ou os adversários (Atos 8.1,4-8). Cada oportunidade pode e deve ser usada como a oportunidade para a vida do ouvinte.
4. Todos os cristãos são testemunhas – “Deixa os outros fazer” é um dos melhores estratagemas usados numa Igreja sem sal. Essa atitude faz com que 95% dos membros de Igreja nunca tenham se ocupado com a missão de forma prática. O texto de Efésios 4.11-14 demonstra que pastores e mestres tem a função de equipar os demais fieis para que sejam testemunhas.
5. Nosso objetivo é alcançar a pessoa de forma integral - “Se ignoramos o mundo, traímos o mundo; se ignoramos o mundo, não temos nada a trazer para este mundo.” Por isso precisamos nos engajar de forma mais prática no mundo para lhe trazer a boa nova da salvação. Inspirados em João 10.10 somente queremos levar avante a missão que resgata a dignidade total do ser humano; não apenas o espiritual e nem apenas o material, mas o integral.
6. Para ser hexa – IDE... VAI... PISA O GRAMADO... PEDALA... começa agora.
Pastor Rolf Rieck, por ocasião do 11º Café Missionário da Paróquia São Mateus.