Muito desanimado, Fred dirigiu-se ao altar e falou com Deus: Senhor! Venho à tua casa, pois aqui não há espelhos. Confesso que, de fato, nunca me senti satisfeito com a minha aparência. Subitamente ouviu-se um som semelhante ao vento. Uma folha de papel entrou pela janela da igreja, pousando aos seus pés. Atônito, Fred apanhou-a e leu: Quem sabe o que é feio? Não importa se os braços são grossos ou finos, caso sirvam ao trabalho honesto. Não importa se as mãos são delicadas ou com calos, se sabem fazer o bem. Não importa se o pé é grande ou chato, se toma o rumo da paz. Não importa se a cabeça tem ou não cabelo. Antes, importam os pensamentos que passam por ela. Não importa a cor dos olhos. O que importa é que eles percebam o valor da vida. Não importa se na boca há dentes ou uma prótese. O que importa são as palavras que partem ditas com amor. Surpreso, Fred partiu da igreja, agradecido pelo recado direto e oportuno. Na saída, porém, observou uma imagem de Cristo junto à porta. No vidro que cobria a figura, viu seu reflexo espelhado. Naquele exato momento, lembrou-se do trecho de Gênesis onde é dito que Deus criou a pessoa à sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27).