Era piá quando iniciei no pastorado. Tinha muito a fazer. Tinha muito a aprender. Felizmente, Deus colocou as pessoas certas em horas mais certas ainda. No início, quase todas as noites, partia para o sertão, seguindo por estradas de chão, para fazer estudo bíblico. Era a rotina. Certa vez, depois do culto, apareceu o velho Otto que disse: Eu gostaria de lhe acompanhar nos estudos. Aonde vamos nessa semana? A princípio achei simplesmente que ele gostava de passear ou de conversar com as pessoas. A sua companhia nos estudos pelo interior tornou-se um hábito. Surpreendi-me quando, numa noite, na volta de um encontro, ele soltou uma pergunta: O que aconteceria contigo se o carro quebrasse nesse fim de mundo? Naquele momento entendi que o seu voluntariado não era egoísta. Não pensava nele mesmo. Pensava na vida do seu pastor. Daquele dia em diante... As propostas de viagem não vinham mais apenas do lado dele. Eu já o convocava, com o mesmo carinho. Hoje (04/01) é o aniversário do falecido Otto. Sou grato pelo seu testemunho. Assim diz a Palavra: “Em todo tempo ama o amigo. Na angústia se faz o irmão” (Provérbios 17.17).