Mensagem de Natal do Conselho Mundial de Igrejas - CMI

15/12/2023

 

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz brilha nas trevas, e as trevas não a dominaram. (João 1.4-5)


Em muitos aspectos, nós – e o mundo – estamos atualmente vivendo um período muito sombrio; os crescentes desafios e problemas no mundo ameaçam sufocar a nossa esperança, a nossa vontade de satisfazer ou aliviar as necessidades evidentes da criação e o sofrimento palpável do nosso tempo, e até ameaçam minar a nossa busca pela verdade e pela justiça.

No entanto, como discípulos/as de Jesus e como comunidades cristãs unidas no amor de Cristo, somos chamados/as a enfrentar o medo, a combater a falsidade, a desafiar o egoísmo e a ganância e a oferecer esperança ao mundo inteiro.

Não podemos resignar com a decepção nem sucumbir ao desespero. O mundo precisa mais de nós – mais coragem, mais criatividade, mais inspiração e dedicação. Mais amor abnegado.

De onde obtemos tanta energia e vida?

Notadamente, nós, pessoas cristãs, encontramos esta força no nascimento de um bebê frágil e vulnerável que nasceu na pobreza há 2.000 anos, no limite do Império Romano, em Belém, na Palestina, e que logo foi forçado a fugir para o exílio sob a ameaça de poderes malignos.

Nesta pobre criança reconhecemos o herdeiro da grande tradição profética judaica de justiça, e aquele que nos anunciou que Deus está próximo de nós e nos ama, aquele em quem os seus seguidores reconheceram a própria imagem de Deus e a promessa de uma nova criação.

No seu nascimento damos as boas-vindas ao próprio Filho de Deus, agora imanente, a epifania de Deus encarnado na nossa humanidade, partilhando a nossa natureza e elevando-nos para partilharmos a dele. Ele é Emanuel – Deus conosco para sempre.

Não admira que os anjos se alegrem, os pastores caiam de joelhos e até as estrelas brilhem intensamente.

Não podemos concordar com a decepção nem sucumbir ao desespero. O mundo precisa mais de nós – mais coragem, mais criatividade, mais inspiração e dedicação. Mais amor abnegado.

A nossa celebração do nascimento de Jesus é, portanto, o nosso desafio ao desespero, o nosso sim à vida e à esperança. Ele é a nossa luz em tempos de trevas permitindo-nos viver para a verdade e lutar pela redenção do mundo.

Como filhos da luz, não nos contentaremos nem permitiremos que outros se contentem com um mundo mortalmente ferido pela violência, queimado pelo calor ou obscurecido pelo medo. Não toleraremos o desmantelamento das democracias e o abuso da religião, e não aceitaremos preconceitos e intolerâncias.

Portanto, enquanto nós, como pessoas crentes cristãs em todo o mundo, celebramos agora o nascimento do Messias - a resposta de Deus a um mundo que por vezes parece determinado a autodestruir-se - nós, no Conselho Mundial de Igrejas, compartilhamos com vocês a nossa sincera alegria. Estamos mais determinados do que nunca a trabalhar incansavelmente com vocês pela saúde e cura dos doentes, por uma economia justa, pelo bem-estar dos migrantes e das pessoas deslocadas, pela paz e segurança para todas as pessoas, pela promoção dos direitos humanos e da dignidade humana. Desejamos promover um sentimento de unidade na fé e na justiça para as mulheres, as crianças e o próprio planeta Terra.

Então sejamos felizes! A luz de Cristo promete dissipar as trevas que nos rodeiam. Que isso eleve nossos espíritos e aqueça nossos corações. Que ilumine a nossa jornada, ilumine o nosso caminho em direção à plenitude, ao discipulado autêntico, à justiça e à paz no mundo. Que o amor e a luz de Jesus encha nossos corações e vidas neste Natal e sempre!

 

Bençãos e paz em Cristo,

Pastor Prof. Dr. Jerry Pillay
Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas

 

 

Publicado originalmente em: https://www.oikoumene.org/resources/documents/wcc-christmas-message-2023
Tradução: P. Silvio Schneider 
Crédito da foto:: Albin Hillert/CMI)

 

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