Mensagem da Presidência da IECLB para o dia da Reforma 2020

29/10/2020

Mensagem da Presidência da IECLB para o dia da Reforma

O Apóstolo Paulo escreve: Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo (1 Coríntios 3.11).

Em 31 de outubro celebramos o dia da Reforma Luterana. Neste dia, no ano de 1517, o monge Martim Lutero divulgou 95 teses sobre as indulgências. Isto aconteceu na cidade de Wittenberg, na Alemanha.

Indulgência era um documento que aliviava ou suspendia a punição dada a uma pessoa que cometeu pecados. A indulgência somente evitava a punição da Igreja, mas, na prática, era vista como possibilidade de garantir lugar no céu. Um conhecido vendedor de indulgências costumava dizer: “Quando a moeda ressoa na caixinha, a alma salta do purgatório para o céu”.
Lutero estava preocupado com a comercialização de indulgências. Suas teses eram breves afirmações, tais como:

• Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão plena de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência (Tese 36).

• O verdadeiro tesouro da igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus (Tese 62).

As teses se espalharam rapidamente. Além delas, questões envolvendo a autoridade na Igreja e a vida comunitária começaram a gerar controvérsias. Lutero propôs mudanças para o melhoramento na Igreja e na vida das pessoas. Pretendia corrigir aquilo que não estava de acordo com os princípios bíblicos. O monge de Wittenberg queria melhorar a Igreja e a vivência cristã!

As propostas de Martim Lutero não foram ouvidas ou entendidas. Foi acusado de herege e expulso da Igreja em 1521. Em seguida, perdeu os direitos de cidadão e sua vida corria perigo. O príncipe da Saxônia encenou um sequestro e escondeu Lutero no Castelo de Wartburgo, na cidade de Eisenach.

O período no Wartburgo foi um tempo de isolamento social para Lutero. Colocaram à sua disposição uma sala e um dormitório numa área com acesso restrito. Tinha pouco contato com pessoas e poucas pessoas sabiam que ele estava lá. No castelo, foi apresentado com o nome de Jorge, o cavaleiro Jorge. Sobre este tempo de refúgio, ele escreveu: “Ali eu me encontrava distante de todas as pessoas, e ninguém podia vir até mim, a não ser dois jovens nobres que me traziam duas vezes por dia comida e bebida”.

Naqueles pequenos cômodos do castelo, Lutero ficou sentado por muitos meses. Comia e não fazia exercícios físicos. Podemos imaginar a situação e as consequências. Sentia solidão e surgiram problemas de saúde: tinha dores no corpo, não conseguia ir aos pés, experimentou noites de insônia, muitas aflições e também tentações. Fazia leituras, escrevia cartas, redigia artigos, porém sentia-se inútil. Em uma das cartas, Lutero escreveu: “Aqui estou sentado todo o dia como a pessoa mais preguiçosa e infeliz”.

Para ocupar o tempo, Lutero começou a traduzir a Bíblia para o idioma alemão. Dedicou-se a isto de corpo e alma e conseguiu traduzir o Novo Testamento grego. Quando saiu do castelo, fez as correções e, assim, esta parte da Bíblia foi impressa em 1522. A tradução do Antigo Testamento levou dez anos e só foi possível com a ajuda de um grupo de especialistas em língua hebraica. Em 1534 foi publicada a Bíblia completa em alemão.

Lutero ficou refugiado no castelo de Wartburgo porque estava ameaçado de morte. Qualquer pessoa poderia matá-lo sem sofrer sanção do Estado. Nas poucas vezes que saiu, precisou de disfarce. Neste ano de 2020, muita gente ficou refugiada em casa ou no apartamento por causa do novo coronavírus. A Pandemia de Covid-19 já causou a morte de mais de 1 milhão de pessoas no mundo. Refugiadas em suas residências, muitas pessoas sentiram a solidão e os problemas de saúde crescerem, sem contar as dificuldades econômicas. Nosso “disfarce” para sair de casa com menos risco é a máscara de proteção.

O isolamento de Lutero durou quase um ano. Não sabemos quando passará a pandemia e quando as pessoas poderão se reencontrar presencialmente em segurança. Mas, assim como Lutero saiu do castelo de Wartburgo, nós confiamos que sairemos desta difícil situação. A Mensagem do 32º Concílio da Igreja, realizado neste mês de outubro, diz: “Ainda que vivenciemos incertezas, temos a certeza de que as promessas de Deus, reveladas nas Escrituras Sagradas, se realizam. Achegamo-nos ao Deus da esperança para receber ânimo e inspiração”.

E o Deus da esperança encha vocês de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que sejam ricos de esperança no poder do Espírito Santo (Romanos 15.13).

Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente

P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente

P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente

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