“Quem sou eu?” É uma pergunta básica da nossa existência que em tempos de insegurança geral na vida torna-se mais incômoda.
É comum desdobrar a questão em várias: “Onde você mora? Tem casa na praia? Que carro dirige? Que escola frequentou? Que escola frequentam seu filhos? Onde trabalha? etc....
São estas as perguntas típicas com as quais pessoas buscam definir quem são e quem são os outros. São perguntas que se centram nas conquistas individuais da vida. Por detrás está talvez a convicção: “Sou o que sou por meu esforço próprio. Porque sempre me esforcei, porque lutei muito. É por isso que avancei na vida.”
Não somos contra os esforço próprio na vida. Com certeza Deus não nos pôs nesta vida para vivermos de braços cruzados. Mas podemos enxergar as distorções que esta concepção de vida gera. Para funcionar ela precisa recorrer a comparação. Faz parte desta visão de vida humilhar e ser humilhado. É pisar para baixo e baixar a cabeça para cima. O mais grave é que assim não há sossego. Sempre preciso cuidar e avaliar as pessoas ao meu redor para poder definir meu status na comunidade....
O resulta é a quebra da comunhão. O outro, a outra não é irmão e irmã mas concorrente na dura luta pelos lugares mais cobiçados. Como se Deus não tivesse lugar para todos. Permanecem as
pessoas isoladas e desconfiando umas das outras.
Muito diferente é a visão do Apóstolo Paulo. A experiência radical de vida dele faz com que possa enxergar com mais clareza. Ele que já perseguia os cristãos foi rendido pelo próprio Deus e toda sua vida a partir deste momento é pautada por este.
É claro que não somos o Apóstolo mas ele pode servir de exemplo. É evidente que as principais coisas da nossa vida ganhamos e isto de graça. O que nos permite viver e conservar o ânimo é o amor que recebemos. Somos amados desde antes do nosso nascimento pelos pais e pela família, mas sobretudo pelo próprio Deus. Quantos mais consciência nos temos deste amor, tanto melhor vivemos.
É a partir do amor recebido que desenvolvemos autoconfiança, coragem e vontade de viver. É isto que nos permite fazer conquistas na vida.
Nada disso teríamos sem o amor de Deus que está no início de toda a vida. De fato, somos o que somos, pela graça de Deus. Ele nos chamou a este mundo e reserva um lugar digno para todas as pessoas. É assim que se estabelece a comunhão na comunidade onde de fato há lugar para todos.
A Capela de Cristo é um lugar onde podemos aprender o mais importante na vida: Somos o que somos porque Deus nos ama e podemos sempre ser muito mais que imaginamos.
Pastor Guilherme Nordmann
