“Chegou a hora da fogueira! É noite de São João. O céu fica todo iluminado. Fica o céu todo estrelado... O mês de junho é marcado pela tradicional festa de São João. Escolas, associações, grupos de jovens, comunidades... organizam tudo com muita criatividade, bandeirinhas, preparam pratos típicos: pipoca, paçoca, pé de moleque, cachorro-quente, quentão... A festa é acompanhada de uma variedade de expressões culturais de vestimentas, danças, cantos e encenações que completam o colorido da animação. Uma expressão de alegria peculiar que nos lembra a comemoração do nascimento de João Batista. Deus organizou tudo para o nascimento daquele que deveria anunciar a chegada do Filho de Deus ao mundo. João Batista foi o profeta que preparou o caminho para o ministério de Jesus.
João Batista denunciava os abusos e injustiças cometidas pelas autoridades de sua época. Muitas pessoas se arrependeram e foram batizadas por ele. A Igreja no século V valoriza o testemunho forte e corajoso de João Batista. Martim Lutero, inclusive, recomenda que essa data seja celebrada. Numa de suas prédicas feitas no dia 24 de junho de 1525, ele prega: “não comemoramos esta festa de São João Batista por causa da pessoa dele, mas por causa do seu ministério”. O testemunho corajoso de João Batista, sua simplicidade e renúncia, dizendo que ele nada representava diante daquele que viria depois, ensinam a tarefa da missão com comprometimento. “E você, menino, será chamado de profeta do Deus Altíssimo e irá adiante do Senhor, a fim de preparar o caminho para ele. Você anunciará ao povo de Deus a salvação que virá por meio do perdão dos pecados deles” (Lucas 1. 76-77).
Portanto, o convite para a missão é que sejamos humildes, é tirar o traje de luxo e vestir-se de forma simples, diminuir a própria importância para valorizar a mensagem. Que na festa de São João, possamos nos encantar com a beleza do folclore e da doçura da tradição, a lição da humildade, do serviço, do amor.
João Batista jamais exaltou a si mesmo, manteve-se fiel à missão de anunciar o Messias. Ele afirmou em João 1.27: “eu não mereço a honra de desamarrar as sandálias dele”. O convite é caminhar com os firmes neste chão... Que as labaredas da fogueira possam eliminar toda a arrogância de nos julgarmos melhores do que as outras pessoas e com mais poder que Deus. Que o colorido das bandeirinhas nos preencha de humildade e do desejo de querer servir na missão de Deus. Que sejamos sempre fortes e resistentes no “diaconar”, para que vivamos uma vida de comunhão, partilha e humildade.
Oração: Rogamos a Ti, Deus, para que nos ensines a sermos humildes como João Batista. Que sejamos instrumentos para a missão do teu Reino. Que seja uma festa repleta de canções alegres, de melodias de paz, justiça e graça. Amém.
Diácona Telma Merinha Kramer
Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Farroupilha