Meditação da semana

O Perdão é “LibertaDor”!

20/07/2023

“Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou: Senhor,
quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim?
Sete vezes?” (Mateus 18. 21)

Que a Paz de Cristo esteja contigo!

Você já segurou uma rosa? Ao segurá-la, corremos o risco de furar os nossos dedos. Espinho no dedo gera uma sensação de desconforto e enquanto ele estiver ali, ele dói. Mas, depois que tiramos sentimos aquele alívio.

Ofender alguém ou ser ofendido não é diferente dos espinhos. Uma ofensa dói, gera desconforto, machuca o coração e até pode destruir amizades e famílias inteiras. Porém, quando esta ofensa é perdoada, o coração fica mais leve, a alegria se manifesta, nós nos sentimos melhor.

Este texto nos fala sobre perdão. Os rabinos achavam que o perdão podia ser dado apenas três vezes durante a vida. Talvez, Pedro tenha pensado o seguinte ao responder Jesus: “Bem, 7 é um bom número!”. No entanto, Jesus diz: “até setenta vezes sete”. Esse número, para eles, representava a perfeição, ou seja, infinitamente. Não existe limite para aquelas pessoas que se arrependem.

Deus nos perdoa quando nos arrependemos; em 1 João 1.9 está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Além de pedir perdão a Deus, também é importante pedir perdão para aquela pessoa a quem nós machucamos.

Quando cometemos um erro, sentimos dentro de nós um nó. Quando fazemos mal a outra pessoa, mesmo sem querer e depois nos damos conta disso, dentro do nosso ser, algo fica estranho. Essa sensação é o nosso espinho na carne. Quando reprimimos um sentimento tão forte por orgulho, esses sentimentos podem se transformar em dores corporais, em doenças. O mal que guardamos dentro de nós realmente nos faz mal.

Geralmente, não perdoamos ou não buscamos perdão da outra pessoa por orgulho ou vergonha. Não queremos nos rebaixar, assumir os nossos erros, ou mesmo encarar a outra pessoa. Muitas vezes, a outra pessoa nem sabe o que fez, nem se deu conta do erro, mas nós já paramos de falar com ela e a excluímos de nossa vida. O nosso orgulho é maior do que o mandamento de Deus.

Quando uma criança briga com a outra, há choro, há reclamação, mas quando menos percebemos elas já estão brincando novamente. Não é assim? Quando nós adultos arrumamos brigas, a nossa vaidade, arrogância e orgulho são tão grandes que passamos o resto da vida reclamando e chorando, não conseguimos voltar a brincar, a conviver. Não conseguimos perdoar.

A pandemia nos provou o quanto as vidas são valiosas, o quanto o contato com as outras pessoas é importante. Não podemos perder o valioso tempo de nossas vidas criando confusões, carregando mágoas pesadas de outras pessoas, criando rancor dentro de si. O perdão verdadeiro só virá com arrependimento sincero. E o arrependimento dói. Não existe arrependimento sem dor, sem esse condoer-se pelo que se fez. O perdão verdadeiro passa por essa dor, mas depois que ele é dado, nunca mais essa dor nos assola. Quando dizemos da boca para fora que perdoamos alguém, a dor continua dentro de nós. O espinho continua na carne. Quando, ao lembrar daquela pessoa, nós sofremos, aquilo ainda machuca, significa que o perdão ainda não aconteceu.

O perdão é algo muito poderoso que pode dar nova vida, nova chance. O diálogo pode ser regenerador. Perdoar é exercitar a nossa fé em Deus. Nós, a partir disso, somos interpelados a pedir perdão e perdoar as pessoas. Jesus pediu perdão a Deus por nós, pediu misericórdia. Perdoar é libertar o outro da dor, perdoar é “LibertaDor”. Perdoar gera liberdade ao outro e a nós mesmos. Que Deus possa nos dar sabedoria para aprendermos a perdoar e ser perdoados. Amém!

Oração: Querido e Amado Deus, tantas vezes nos magoamos e somos magoados, principalmente pelas pessoas que mais amamos, em quem mais depositávamos confiança e carisma. Nos ajude a perceber e reconhecer os nossos erros, pedir perdão, buscar a reconciliação. Nos ajude a aceitar o perdão arrependido da pessoa próxima. Que nossas relações sejam baseadas no amor e na paz que tu nos ensinaste e buscaste neste mundo. Amém.

Pa. Ma. Jéssica Laís Kriese Duffeck
Paróquia Evangélica de Vale Real

  

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