“Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viveremos para ele e faremos nele morada.” João 14.23
Vivemos o Ciclo Pascal. Se olharmos para a sua importância, as primeiras comunidades cristãs que se formaram a partir da pregação do Evangelho e da mensagem da Ressurreição, foram aprendendo e se fortalecendo na promessa de que a morte, o sofrimento não são eternos para a pessoa que tem sua vida fundamentada no Cristo morto e ressurreto. Mas a ressurreição de Jesus não garantiu um estado de sua permanência plena aqui neste mundo, embora muitos quisessem que assim fosse. Afinal, se Jesus a partir de sua ressurreição venceu os poderes deste mundo, então, ficaria conosco e mostraria aos valentões deste mundo que verdadeiramente “tudo está consumado”, que o Reino de Deus já é pleno e não teríamos mais que sofrer. Mas sabemos que isso não aconteceu e nem era o propósito da missão de Jesus. Jesus precisou retornar para a presença gloriosa do Pai.
Ascensão lembra que Jesus não está mais presente de forma física entre nós. Ele subiu para junto de Deus, assim confessamos: “...subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, de onde virá para julgar os vivos e mortos...”. Jesus Cristo sobe não para aparecer e fazer com que os holofotes brilhassem sobre ele, não para subir na vida, como é o ideal do ser humano em todos os tempos, mas para descer e encarnar-se na gente e entre a gente, a partir do Espírito Santo, o Consolador prometido (João 14.16) e derramado no Pentecostes. Ele sobe para nos lembrar que é no dia a dia, onde temos os pés no chão, que devemos viver e abraçar, amparar, socorrer, servir e amar as pessoas que Deus coloca em nosso caminhar, indistintamente.
Jesus não se ausenta da realidade humana, mas ali onde estiverem duas ou três pessoas reunidas em nome de Deus e servindo com amor, Jesus Cristo está presente. Ali onde as pessoas são ouvidas, acolhidas, amadas, cuidadas em suas necessidades, estaremos ajudando o próprio Cristo, conforme Mateus 25. Na vida diária, Ele nos desafia e acompanha para desempenharmos bem nossa missão como filhos e filhas de Deus, pois “se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viveremos para ele e faremos nele morada.” João 14.23
Oração: Querido e amado Deus. Nosso olhar espera em ti. Confiamos e confessamos que no segundo Advento de Cristo, Ele virá para por fim em todo sofrimento, morte e dor. Mas, enquanto aqui estamos, temos sim a certeza de que Ele não nos deixou órfãos. Temos o Consolador. Ajuda-nos a caminhar, a nos fortalecer e animar para que os sinais do Reino sejam mais visíveis e que superem os sinais de morte e aqueles que os promovem. Amém!
P. Augusto César Klug
Paróquia União em Montenegro