Mateus 18.21-35 - 15º Domingo Após Pentecostes - 13/09/2020

Caderno de Cultos 2020 - Sínodo Mato Grosso

13/09/2020

 

13/09/2020 - 15º DOMINGO APÓS PENTECOSTES
Pregação: Mateus 18.21-35; Leituras: Gênesis 50.15-21 * Salmo 103(1-7)8-13 * Romanos 14.1-12
Ema Marta Dunck Cintra. Cuiabá - MT


LITURGIA DE ABERTURA

ACOLHIDA

É tão bom quando ouvimos o chamado de Deus, afinal, se estamos aqui hoje, é porque há a ação primeira d’Ele. Por isso, a comunidade é acolhida por Deus mesmo e ele se alegra e se regozija conosco. Sejam todos e todas bem vindo/as para ouvir a sua palavra e que ela nos oriente no dia a dia, pois “Tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Romanos 15.4).

Aos que nos visitam, sintam-se acolhido/as por nós. É Cristo quem o/as convidou e Ele se alegra, juntamente conosco, pelo sim que a ele deram. Venham conosco orar, cantar, estudar a palavra de Deus e que ela nos conduza a viver a reconciliação e o perdão.

CANTO DE ENTRADA
Nº - Hinário – Deus trino

Ou: Nº 3

SAUDAÇÃO
Nós estamos aqui reunidos em nome e na presença de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo (+) Amém.

CANTOS DE INVOCAÇÃO
Nº - Hinário – Envia teu Espírito, Senhor!

Ou: Nº 250

CONFISSÃO DE PECADOS

Deixar um tempo livre para que cada um pense sobre suas atitudes, previamente orientado com perguntas para que reflita (cada uma lançada aos poucos): como foi minha atitude com a família, com os vizinhos, com o meio ambiente, com o estrangeiro, com o morador de rua, com a alimentação (comida), como tenho sido do trânsito? Tenho pagado o preço justo por aquilo que consumo, ou esbanjo demais ou não valorizo? Tenho me dedicado a estudar a palavra de Deus? Como tem sido o olhar sobre si mesmo? (Podem ser pensadas em mais perguntas orientativas). Encerrar com o hino “Querido Deus, de joelhos me achego a ti”..


ANÚNCIO DO PERDÃO

Ao confessarmos os nossos pecados com sinceridade e arrependimento, Deus nos perdoará. Conforme está escrito nas sagradas escrituras: I Jo 1. 8-9. “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Portanto, assim como crerdes, anuncio-vos, pelo mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo, a remissão de vossos pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

KYRIE
Kyrie, hino nº 53

GLÓRIA IN EXCELSIS
Hino: Ontem, hoje e para sempre nº 73

ORAÇÃO DO DIA
Cantar o hino 208 - Enquanto oramos. Encerrar após o hino dizendo que Deus dê o entendimento necessário para compreender o que as sagradas escrituras querem nos dizer naquele momento.

LITURGIA DA PALAVRA


LEITURAS BÍBLICAS
Leituras: Gênesis 50.15-21 * Salmo 103(1-7)8-13 * Romanos 14.1-12

CÂNTICO INTERMEDIÁRIO
Nº - 160. Como tu queres


PREGAÇÃO - Mateus 18.21-35
Esta mensagem está sendo escrita em plena pandemia do Covid-19. A população mundial está aflita, tentando entender o que está ocorrendo com a criação. Muitos acreditam que é castigo de Deus, outros que é uma conspiração de outro país para submeter aos outros o seu poder. Há, ainda, os que negam a ciência e escutam especulações de pessoas que não tem noção de vírus, medicamentos ou algo similar. Mas, o pior de tudo isso é que, mesmo diante da inocência de algumas pessoas que acreditam em Fake News, que acham que não está acorrendo nada, é saber que estão usando o nome de Deus em vão e invocando a sua santa palavra para semear discórdia. Se na história da humanidade o cristão deu belos exemplos de amor, mandamento maior de Deus, também houve aqueles que usaram o nome de Deus para espalhar a desavença e o terror. É o que tem se visto novamente, infelizmente.
Ao polarizar, espalhar mentiras, colocar os que acreditam que sejam os “escolhidos por Deus” de um lado e os outros de outro lado, deixa-se de fazer aquilo que é a essência do cristianismo: viver em paz, conviver em harmonia, buscar o bem para toda a criatura de Deus, espalhar a fraternidade e os ensinamentos de Cristo. Cristo não veio para dividir, Ele veio para buscar a união. E aí reside o principal que queremos discutir a partir das leituras para este final de semana que trata sobre o perdão.

Sempre se fala muito em perdão. No entanto, cotidianamente o orgulho é maior e o ser humano tem muitas dificuldades em praticá-lo. Nas comunidades cristãs, em que o amor e o perdão deveriam ser a marca mais presente, existem conflitos entre seus membros. Esses conflitos não são apenas as brigas, mas referem-se ao conflito maior que é entre ricos e pobres, entre donos de terra e sem terra, entre os que tiveram acesso à educação e os que não tiveram, entre os que se consideram escolhidos por Deus e os outros. E isso é bem perceptível quando falamos da polarização da sociedade como tratado acima. Polarização presente no texto da prédica de hoje.
Em Mateus 18.21 e 22, Pedro pergunta ao Senhor “até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete”? Jesus responde que “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”. Ou seja, é muito mais do que Pedro questionou. Sabemos que esse número que Jesus aponta tem um valor simbólico que significa plenitude. Jesus responde retomando o número simbólico, mas multiplicando-o de tal maneira que signifique uma plenitude ilimitada. Isso significa que se deve perdoar sempre.
Ao utilizar a parábola para exemplificar o que havia dito, o que Jesus pretende é que o ser humano perdoe sempre, que isso deve ser uma constante na vida do Cristão. Mas, além disso, mostra que Deus está o tempo todo perdoando gratuitamente o cristão e que isso deveria refletir na prática diária em relação aos seus irmãos. Diferente do servo da parábola que aquilo que ele recebeu de perdão das dívidas do rei, ele não fez em relação aos seus conservos.
E aqui é importante entender o valor das duas dívidas para se ter uma visão sobre o tamanho do perdão divino e da necessidade de viver o perdão com o próximo.
Um denário (v. 28) era o valor aproximado de um dia serviço. Leia Mt 20.1ss. Denário era a moeda romana de prata que mais se utilizava no tempo de Jesus. Nela estava impressa a imagem do imperador romano (Mt 22.19ss). O servo retratado como malvado devia ao rei 10.000 talentos que era um valor monetário grego. Estima-se que seria correspondente a 47 kg de ouro. Um talento teria o valor de 1.000 moedas de ouro. Isso significa que 10.000 talentos é uma imensa fortuna. Diante desse valor bem expressivo, pode-se imaginar que esse servo ocuparia um cargo especial no reinado, talvez pudesse ser ministro da fazenda do rei. Se compararmos os denários que o conservo devia, e os talentos que o servo devia, há uma diferença exorbitante. Daí entendermos o que significou o perdão do rei e o que significou o perdão do servo em relação ao conservo.
Se formos observar o que está posto na quinta prece do Pai Nosso: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”, vimos que o servo passou longe do que seria o correto. Desse modo, passa-nos a sensação de que essa prece é algo bem perigoso. Parece-nos um convite dirigido a Deus para nos tratar assim como nós tratamos os nossos semelhantes. O que se depreende dela, na realidade, é que é um belo convite que deveria nos motivar, pois o cristão é aquele servo que devia as cem mil cabeças de gado e que foi perdoado de vez. Se a atitude dele fosse a mesma que o Rei teve em relação a ele, tudo seria perfeito.
Mas, vimos que a grande compaixão foi jogada fora, pois o servo perdoado não foi capaz de transformar o seu perdão em troco miúdo. Seu coração permaneceu duro, frio, incapaz de retribuir o presente que ganhou. Ele não aprendeu a pensar e a agir como o rei. Manteve seu pensamento mesquinho, capitalista e mercenário para o qual a pessoa humana é algo coisificado que tem um valor econômico, aquilo que ela pode dar de retorno em termos financeiros. O amor passou longe, ele não mudou nada, continua vivendo naquela servidão, da qual o rei teve clara intenção de o salvar. Ele volta a carregar a montanha de sua dívida.

A consequência é que o Rei, sem saída, ordena que se faça justiça. Quem não consegue perceber o grande perdão do rei, não tem alternativa a não ser a justiça do código civil, a justiça do “paga-me o que me deves”.
E está bem claro que Cristo quer o perdão de todos e entre todos, sempre, mas mesmo assim Pedro ainda pergunta pelos limites. A mentalidade dos judeus, como a nossa, permitiria perdoar algumas poucas vezes. Pedro quer mostrar-se generoso, perguntando se basta perdoar sete vezes. A resposta de Cristo é desconcertante. Em Rm 13.8a, o apóstolo Paulo interpreta bem as palavras de Cristo, pois deixa claro que o amor humano nunca deve perguntar pelos limites. Por mais que perdoamos, ainda é pouco em relação ao perdão que recebemos de Deus todos os dias.
Temos de ter claro, aqui, que o evangelho é uma realidade celestial que quer nos motivar a ter outras atitudes com nossos irmãos, com as pessoas. Mais do que nunca precisamos parar de calcular, de contar os erros, de lançar débitos, de guardar mágoas. Como se diz na sociedade, vai chegar uma hora em que a panela vai transbordar! O que se quer com o evangelho é o contrário, ele quer uma mudança no coração do homem. Se assim for feito, ninguém vai ficar preocupado em contar quantas vezes perdoou. Imagine se formos contar, coitado de nós pecadores, pois se Deus nos perdoasse apenas sete vezes — o que seria de nós?!
A principal ideia que o texto nos quer passar é que está na hora de romper a cadeia do ódio, da polarização, do você contra mim, do que pode mais contra o que pode menos.... É preciso viver a reconciliação, o perdão.
Nesse sentido, diante das dificuldades, devemos buscar a Deus que é luz e amor e que, especialmente, este amor envolve o perdoar. É olhar a outra pessoa e reconhecer nela o espírito de Deus. É preciso quebrar esse corrente de ódio que está na humanidade, afinal, o que se diz cristão deve buscar sempre a reconciliação, perdoar, proporcionar encontros em que ambas as partes possam ser ouvidas de modo a buscar união, entendimento, enfim, buscar uma sociedade melhor. Leonardo Boff vai dizer que o ser humano é fruto das pessoas com as quais ele conviveu, das histórias que ele ouviu, com quem ele dialogou, onde ele pisou. O que nos falta é empatia, se colocar no lugar do outro. Queremos atitudes dos outros em relação a nós, queremos que os outros nos entendam, mas temos muita dificuldade em ouvir e tentar entender o outro. Ao fazermos isso, deixamos de ver que Deus, em Cristo, nos livrou gratuitamente do pecado, mostrando um amor enorme por nós. Em consequência dessa experiência do perdão de Deus, o homem deve aprender a perdoar seus irmãos, tanto porque suas ofensas nada são diante da gravidade do pecado, porque ele já foi alvo do perdão de Deus.
Por isso é de extrema importância que se abra para o outro de modo a ouvir dele o que ele pensa e por que, quem sabe daí ambos se perdoem e vivam em paz. Com isso toda a humanidade sai ganhando. A curva da violência, que tem crescido de modo exponencial e polarizada, é um apelo ao amor cristão, do qual o perdão é um momento importante. O amor de Deus, dado aos homens, se concretiza no fato de poderem perdoar uns ao outros. É mandamento divino passar adiante o perdão que a pessoa experimentou de Deus. Há muitos famintos pelo evangelho, façamos a nossa parte.

HINO
Nº - 36 – Se sofrimento de causei

CONFISSÃO DE FÉ
Diante do amor condicional por Deus, que entregou o seu filho para nos livrar do pecado e nos perdoar sempre, confessamos a nossa fé nesse Pai amoroso que cuida de todos os seus filhos e suas filhas de modo igual.

Creio em Deus Pai, ...

CANTO PÓS CONFISSÃO (proceder motivação e o recolhimento das ofertas)
Nº - 301 – Bênçãos virão

ORAÇÃO DE INTERCESSÃO
(Oração de Lutero em 22/02/1522). Iniciar com a oração de Lutero e depois fazer a oração com as intercessões que surgirem no culto com os membros.
“Senhor Jesus Cristo, tu és minha justiça, eu, porém, sou teu pecado:
Levaste sobre ti o que é meu, e deste a mim o que é teu.
Tomaste sobre ti o que não eras, e deste a mim o que eu não era.
Senhor Jesus Cristo, permaneço contigo
e a ti me prendo e em ti creio; pois tu somente és o que importa.
Depois quero ir e confrontar-me
com os dez mandamentos e aplicar-me a boas obras.
Mas o principal será que a ti me atenha
e que por ti me seja doada a vida eterna”.
Por isso, Senhor, intercedemos por todas as pessoas...
Motivos de Oração:
1. Aniversariantes
2._______________________________________________________
3._______________________________________________________
Que saibamos, Senhor, perdoar sempre e nos reconciliar com toda a criação. Tudo o mais que está em nosso coração, nós colocamos diante de ti com a oração que tu mesmo nos ensinaste.

PAI NOSSO
Pai nosso ...


LITURGIA DE DESPEDIDA

AVISOS
Próximo Culto: ___/___/______ às ___:___ h.
Oferta último Culto: R$ _________ - destinada para ...
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BÊNÇÃO
Que Deus os abençoe e vos guarde. Que faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te dê o perdão que promove a paz e busca pela reconciliação.

ENVIO e CANTO FINAL juntos, cantando o hino 289. Bênção da Irlanda
 

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Autor(a): Ema Marta Dunck Cintra
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Tempo Comum
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 15º Domingo após Pentecostes
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 18 / Versículo Inicial: 21 / Versículo Final: 35
Título da publicação: Caderno de Cultos - Sínodo Mato Grosso / Ano: 2020
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 58415
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Vocês vão me procurar e me achar, pois vão me procurar com todo o coração. Sim! Eu, afirmo que vocês me encontrarão.
Jeremias 29.13-14
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