Mateus 12.38-42

Auxílio Homilético

15/03/1987

Prédica: Mateus 12.38-42
Autor: Paulo A. Daenecke
Data Litúrgica: 2º. Domingo da Paixão
Data da Pregação: 15/03/1987
Proclamar Libertação - Volume: XII


l - Texto e contexto:

Mateus 12.38-42 está inserido dentro do bloco que trata do ministério de Jesus na Galiléia, que abrange os capítulos 4.12-18.35. Neste seu ministério, nos capítulos 11-13.52, aparecem os obstáculos de Jesus, em especial no capítulo 12, no qual ficam claras e estão em evidência as controvérsias com os fariseus e es¬cribas.

Neste contexto estão contidos vários logia de Jesus, que apontam para a escatologia (vv. 33-37 e vv. 43-45).

A controvérsia é nítida a partir da referência à geração perversa e má, já apontada em Dt 32.5, que Jesus identifica com a dos seus contemporâneos (Mt 12.39; Mt 17.17), e especialmente com a dos fariseus que ele qualifica de raça de víboras (Mt 12.34).

O texto em análise encontra paralelo em Lc 11.29-32. No próprio Evangelho de Mateus (Mt 16.4) é repetido o v. 39, o qual tem paralelo em Mc 8.12, omi¬tindo, porém, a referência ao sinal de Jonas.

Vv. 38-40: O v. 38 interliga com o texto anterior na sequência dos ditos e introduz para a preocupação dos escribas e fariseus que querem ver, da parte de Jesus, um sinal. Aparece aqui mais um motivo de discórdia e confronto entre Jesus, fariseus e escribas, que sempre de novo procuram tentá-lo com suas insinuações e provocações. SEMEION caracteriza nos sinóticos, o sinal que os judeus pedem a Jesus e que deveria demonstrar com toda clareza sua origem divina (Mc 8.11-13 par; Lc 23.8). Com o pedido de um sinal escribas e fariseus querem que Jesus prove sua missão messiânica e querem certamente um sinal extraordinário.

Jesus frustra a nociva expectativa dos seus interlocutores. Ele não satisfaz os que, ávidos de prodígios espetaculares, lhe pedem um sinal. Deus oferece sinais da salvação aos pobres, como Maria (Lc 1.36ss), ou aos pastores (Lc 2.12), mas não pode dar aos judeus os sinais que eles esperam. A esta geração má e adúltera o sinal que será dado é o do profeta Jonas. GENEÁ designa os adversários que Jesus tem concretamente diante de si e aos quais fala. Desta maneira a partir do sinal de Jonas eles poderiam decifrar os sinais dos tempos sem exigir outros, segundo os seus próprios interesses e suas conveniências; assim estariam também preparados para receber o testemunho do mais decisivo dos sinais, o sinal de Jonas, que, conforme Mt 12-40, se refere à ressurreição de Jesus.

O único sinal é o de Jonas: três dias e três noites no ventre do peixe; assim acontecerá com o Filho do homem, que estará três dias no seio da terra. Deus confirma a pregação de Jesus pela Ressurreição, como confirmou a Jonas salvando-o do peixe (Jo 2.18-22; Mc 14.58). Mateus, pois, se refere a Jonas com alusão explícita ao ter sido engolido e novamente cuspido à terra

Mateus (Mt 12.40) interpreta claramente o sinal de Jonas à luz do conhecimento da narrativa da paixão e dos anúncios da paixão, já que o autor considera equivalentes as frases no terceiro dia (Mt 16.21) e depois de três dias (Mt 27.63), e a história de Jonas como que prefigurando o sepultamento e ressurreição de Jesus.

Vv. 41-42: A referência à Rainha do Sul e aos ninivitas, com certeza é dominical. O ponto em questão é a pergunta do arrependimento face a um chamado, o que, sem dúvida, constituía um aspecto importante da mensagem do Jesus histórico.

As referências à Rainha do Sul e aos ninivitas são ilustrações de exemplos e comparações que Jesus empregava; elas carregam consigo um tom de advertência, meio também usado por Jesus.

Enfim, tal referência de que a Rainha do Sul e os ninivitas se levantarão no juízo, é o modo convencional de falar de momento futuro no qual o ministério de Jesus será vindicado. No entanto, não é falado aqui do aspecto deste momento futuro, nem das suas circunstâncias, apenas se refere ao fato de ser futuro.

Há uma nítida chamada à conversão, à mudança, a uma transformação. Jesus mostra que a geração incrédula recebeu todos os sinais necessários para a sua conversão, mudança. A geração má e adúltera será curada da cegueira, se conseguir ver o significado da missão de Jesus, em sua morte e ressurreição, sinal que relembra o que aconteceu com o profeta Jonas, engolido pelo peixe e depois salvo. Na morte e ressurreição de Jesus Cristo acontece a novidade e a vinda do Espírito do Reino. Jesus assim se revela superior a Salomão. Jesus é a sabedoria que comunica o Espírito do Reino (Mt 12.28-42).

II – Meditação

Para este segundo Domingo da Paixão o central do texto previsto é o sinal de Jonas. Ele está em evidência nesta perícope de Mateus 12.38-42. Por outro lado o capítulo 12, em Mateus, prima pelo enfoque das controvérsias de Jesus, especialmente com fariseus e escribas, que, ao longo de toda a atuação de Jesus, procuravam tentá-lo e desfazê-lo. Entre outras, intentam, conforme o texto em apreciação, a descarada pergunta por um sinal que dê provas do poder e da autoridade de Jesus. Qualquer sinal não basta. Fariseus e escribas querem uma amostra extraordinária e esta Jesus não lhes emite.

A única pista e referência que Jesus lhes encaminha e com a qual os desafia é: Nenhum sinal lhes será dado, senão o do profeta Jonas (v. 39). Jesus relaciona a sua atividade milagrosa com a fé, por isso nega-se a executar um milagre espetacular; mesmo porque é contrário à natureza da sua missão satisfazer uma necessidade de sensação, através de um sinal extraordinário.

Uma revelação de Deus não permite uma posição neutra de observador, mas significa sempre graça ou juízo para a pessoa por ela atingida. A missão de Jesus é a de salvar (também esta geração má e adúltera) e não de julgar. Por isto ele se nega a cumprir o exigido.

O sinal extraordinário que Jesus mostra é justamente este: usa este fraco, insignificante, medroso Jonas para demonstrar o seu poder. É bom aqui reavivar a própria história do Jonas, a situação que o fez estar três dias no ventre do peixe, ou seja: Jonas deveria ir a Nínive para lá pregar o arrependimento e anunciar o reino de Deus. Nínive representava o centro de todas as maldades, podridões, opressão e injustiça, crueldades e violências possíveis. Ela era o centro político-econômico-cultural do mundo de então (séc. VIII a.C.). Para o meio deste centro de perversão Jonas é enviado, portador de alerta que pode salvá-la. É a sua missão, e, diante de tamanha responsabilidade, Jonas foge; em vez de Nínive, ele prefere ir a Társis, justamente no rumo contrário. No entanto, a partir da fuga ele é confrontado e questionado. Deus o encaminha para cumprir a sua missão, apesar de sua resistência.

Jesus espera e aponta para um juízo final no qual será feito a conta da vida histórica. Ele acentua que então a atitude das pessoas será levada a sério até os mínimos detalhes. A pessoa prestará contas por toda palavra proferida em vão (Mt 12.36), mas também o copo de água que houver dado, não será esquecido (Mc 9.41; par Mt).

Na futura prestação de contas, os homens aos quais Jesus se dirigirá serão perguntados pela sua posição frente a ele: A todo que me confessar diante dos homens, o Filho do homem confessará diante dos anjos de Deus (Lc 12.8 par; Mc 8.38 par; Mt 11.20-24 par; Mt 12.41 s par). Essa prestação de contas é a esperança de Jesus a respeito do juízo e não o irrompimento de catástrofes anônimas de ordem histórica e cósmica sobre esta geração apresentadas pela apocalíptica.

Jesus prediz, conforme o texto, a sua morte e ressurreição, referindo-se ao acontecimento de Jonas; este é o destaque. Neste tempo de Paixão se quer renovar e celebrar este anúncio de Cristo, da sua morte e ressurreição e consequente salvação oferecida por Deus à humanidade, que no entanto, passa pelo juízo. Não um juízo exclusivamente condenatório, mas um juízo de salvação, que, contudo, pesará na balança da justiça de Deus as obras, a ação humana em favor do Reino, que deve ser expressa na vivência entre as pessoas (Mt 25.31 ss).

Jesus não se contenta em anunciar a aproximação do reino de Deus, ele começa a realizá-lo com poder. Ele veio para chamar pecadores à conversão (Lc 5.32). Quem são os pecadores? São aqueles que não praticam a justiça de Deus, os que impõem fardos pesados sobre o povo, os que planejam o mal, os que se apoderam das terras e as roubam dos pequenos e pobres, os que exploram trabalhadores, os que fabricam leis que favorecem uma minoria, os que fazem o país sucumbir em dívidas e miséria, criando a falsa imagem do progresso, de ser grande e poderoso em detrimento da miséria, má saúde, má educação-politização do povo; e são pecadores também os que resignam e se acomodam diante dos fatos (olhemos para Nínive, olhemos para o Brasil de hoje).

Chamar à conversão é propor uma mudança radical, de transformação e renovação (Rm 12.2); implica numa correção da conduta e uma leal prática da justiça; é arrepender-se e crer no evangelho de Jesus Cristo (Mc 1.15) que revoluciona e escandaliza, que desinstala e exige engajamento. A mensagem de conversão, porém, esbarra na auto-suficiência humana em todas as suas formas: desde o apego às riquezas (Mt 19.20-24) até a orgulhosa segurança dos fariseus (Lc 18.9).

Para Jesus esta sua luta, este seu engajamento em favor de uma mudança radical das pessoas e das estruturas que não favorecem a vida, tem por consequência a sua morte (estar três dias e três noites no coração da terra) e a posterior ressurreição como resistência, poder e vitória sobre a morte e sinais de não-vida. A pregação e a prática de Jesus são o sinal da manifestação do reino de Deus; seu testemunho passa pelos reveses da sociedade, pela cruz na identificação do sacrifício e do dar-se pela causa do reino de Deus.

A advertência, a censura e, com isto, o desafio que Jesus lança à geração má e adúltera (fariseus e escribas), que espera por um sinal de Jesus, é fortíssimo. Jesus os censura duramente ao dizer que no juízo esta geração má será condenada por ninivitas e a própria Rainha do Sul. Ninivitas se arrependeram com a pregação de Jonas; a Rainha do Sul se deixou seduzir pela sabedoria de Salomão. Portanto, povos estranhos, os de fora, os não-considerados se tornam sinal do reino de Deus, enquanto que fariseus e escribas, os entendidos, os conhecedores, da vontade de Deus, os puros são sinal de resistência, de resignação, de amordaçamento e entrave ao Reino, pois seu orgulho, sua soberba, sua hipocrisia não os libertam. Se com a pregação de Jonas, os ninivitas se arrependeram; se com a sabedoria de Salomão a Rainha do Sul se deixou chamar, quanto mais esta geração má e perversa deveria se deixar advertir e se transformar por Jesus Cristo que é maior do que Jonas e do que Salomão (vv. 41-42)!

Cristo é o Senhor sobre tudo e sobre todos. Nesta perspectiva é necessário deixar-se motivar e impelir pelo Evangelho, que é libertador, para a margem, para a periferia do mundo, para os de fora e assim questionar e desafiar os acomodados, os cristãos de nome.

Caminhamos para a celebração da Páscoa em meio a uma realidade de opressão, de miséria, de injustiças, de corrupção e violências idênticos ou até piores do que Nínive (para ficar no exemplo e compromisso de Jonas).

Paixão e Páscoa normalmente são ligados à busca do arrependimento, jejum, tomada de consciência, que aliás, deveria acontecer diariamente. Resultam, no entanto, em mudanças? em conversão? em transformação? tanto pessoal, social e estruturalmente?

- Nosso povo não tern comida, e não há incentivo para a produção de alimentos;
- Nosso povo morre por falta de saúde e assistência médica e hospitalar adequada;
- Nosso povo se desgasta no trabalho, é escravo; não tem tempo para a família, comunidade e nem para a sua organização sindical, tanto na roça, como na cidade;
- Nosso povo continua sem escola-educação; é analfabeto e não politizado;
- A reforma agrária está mixuruca;

Mas em 1986, houve um trilhão de dólares à disposição para a construção de armamentos. Qual o apoio que as comunidades dão para os trabalhos dos movimentos populares que lutam por libertação, por nova e verdadeira vida?

Somos portadores, como comunidades cristãs, da maior das verdades, do maior dos tesouros mas ficamos com ele preso, embrulhadinho, temos medo de revelá-lo: a mensagem que temos é a salvação, mudança, transformação para as situações de desgraça de nossa Nínive, de nossa sociedade. Que outro recado poderia ser tão relevante como o anúncio da libertação em Jesus Cristo?

Deus nos impele e orienta com sua palavra diariamente para lá onde a opressão, a crueldade, a violência estão imperando e se sobrepondo à vida que Deus quer. Assim como ele enviou seu filho Jesus Cristo ao mundo a fim de mostrar o caminho, a verdade, a vida, ele nos envia hoje para esta missão. E tudo isto sem deixar de passar pela cruz, loucura de um Deus apaixonado que ama o seu povo e quer vê-lo livre, com vida, o que é expresso na Ressurreição!

Ill - Pistas para a prédica:

O pano de fundo é o sinal de Jonas que Jesus usa para advertir fariseus e escribas, a partir da cretina preocupação por um sinal que eles queriam ver da parte de Jesus.

É importante salientar que Jesus frustra a mesquinha expectativa de quem está à sua caça. Não é através de sinais extraordinários que ele demonstra o seu poder, e o cumprimento da sua missão no mundo, mas é dando o seu corpo na cruz e sendo ressuscitado que o reino de Deus é manifesto.

A prédica deverá levar os ouvintes a confrontarem sua fé e prática do anúncio do Evangelho, com a realidade, no sentido de desafiá-los a uma mudança, a uma transformação, não somente pessoal-individual, mas a nível social, de comunidade e Igreja.

O texto e esta Paixão e Páscoa nos querem abrir o horizonte para nossa atuação e vivência cristã neste mundo, nesta realidade má e perversa que nos rodeia; querem motivar a desinstalarmo-nos para a periferia do mundo para dali do ventre escuro fazer brotar a vida. Arrependimento e conversão devem resultar em ação, em transformação pessoal, social e estrutural. É este o desafio. E nisto está delineada*nossa missão! Os de fora, os marginalizados e desconsiderados de hoje serão o parâmetro para nosso juízo. No ir à periferia, viver o Evangelho se manifestará o nosso sinal de enviados e testemunhas do amor revelado em Jesus Cristo.

IV - Subsídios litúrgicos:

1. Confissão de pecados: Senhor, colocamo-nos perante ti sobrecarregados pelos pecados que se acumulam entre nós. Ao repararmos como vivemos neste mundo, precisamos reconhecer a nossa fraqueza, o nosso não-comprometimento com o teu Evangelho. Tu nos envias a proclamar e vivenciar a paz com justiça, mas nós fugimos da tua presença e do teu caminho; tu nos concedes o teu Santo Espírito para nos fortalecer e encorajar, mas nós o rejeitamos e ficamos com medo de denunciar as injustiças e de trazer o novo, uma transformação radical de sociedade alternativa; tu nos envias para a periferia do mundo, mas nós nos acomodamos e nos fechamos permitindo que o sofrimento, as cruzes, as angústias, destruições e a miséria aumentem cada vez mais. Senhor, tu queres que todos tenham acesso à vida plena. Por nossa omissão, tem piedade de nós, Senhor!

2. Oração de coleta: Senhor, tua palavra é a fonte para o nosso agir. Queiras renová-la conosco agora. Dá-nos o necessário entendimento para compreendê-la, aceitá-la e colocá-la em prática. Motiva-nos na fé em tua Ressurreição para que pratiquemos o teu Evangelho. Anima-nos a colocarmos nossas vidas a serviço de teu Reino. Encoraja-nos pelo teu Espírito e sê conosco. Por Jesus Cristo, o único Senhor. Amém.

3. Oração final: interceder pela vida, pela comunidade, para que se anime a trabalhar em função de uma nova sociedade; pelos sindicatos autênticos da roça e da cidade, para que resistam diante das barreiras que são colocadas pelo sistema para enfraquecê-los; pelas famílias da comunidade especialmente as angustiadas, enlutadas e desanimadas, para que este tempo de Paixão as reanime e fortaleça; em favor das crianças, para que tenham espaço na vida da comunidade; em favor dos sem-terra e dos povos indígenas para que seus direitos de acesso à terra e sua preservação sejam garantidos e conquistados; pela direção da nossa igreja para que instrumentalize obreiros (as) a se dedicarem com amor em favor de um mundo de justiça e paz; pelas diretorias de comunidades e paróquias para que oportunizem uma vivência de partilha e de fraternidade entre os membros; pelo Espírito Santo, para que fortaleça e encoraje a comunidade em meio às crueldades, opressões e violências a colocar sinais do Evangelho e do reino de Deus.

V - Bibliografia

- GOPPELT, L. Teologia do Novo Testamento. São Leopoldo, 1977.
- GORGULHO, G. et ANDERSON, A. F. Mateus - a justiça dos pobres. São Paulo, 1981.
- JEREMIAS, J. Teologia do Novo Testamento. São Paulo, 1977.
- KIRST, N. IECLB entre Társis e Nínive. Estudos Teológicos. São Leopoldo, 18(1):3-16, 1978.
- PERRIN, N. O que ensinou Jesus realmente? São Leopoldo, 1977.


Autor(a): Paulo Augusto Daenecke
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Natureza do Domingo: Quaresma
Perfil do Domingo: 2º Domingo na Quaresma
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 12 / Versículo Inicial: 38 / Versículo Final: 42
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1986 / Volume: 12
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 17860
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Ele, Deus, é a minha rocha e a minha fortaleza, o meu abrigo e o meu libertador. Ele me defende como um escudo, e eu confio na sua proteção.
Salmo 144.2
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