Marcos 10.13-16
21º. Domingo após Trindade
Se esta história não fosse tão conhecida, nós a consideraríamos incrível.
Antes de mais nada, é incrível a atitude dos discípulos. Que dureza de coração! Nossa atitude é bem melhor. Hoje em dia todo mundo se preocupa com a infância, com problemas escolares, de alimentação, etc. A atitude de Jesus nos parece clara e indiscutível. A atitude dos discípulos, pelo contrário, nos parece censurável.
Contudo, pensando melhor, a atitude de Jesus também poderá ter algo de incrível. Crianças maiores, claro, devem ganhar passagem até Jesus. Mas bebês trazidos pelas mães!
Qual o sentido de tudo isso? Claro, nós também nos interessamos por nenês. Mas qual é a utilidade dessa bênção dada por um desconhecido, na ruela de uma vila? Os bebes nem entendem o que está acontecendo! E, em última análise, a mis são de Jesus não é muito mais elevada? Como poderá ter tempo a perder com criançada miúda? Será que os discípulos não teriam razão em procurar impedir as mães demasiado interessadas na sorte de seus próprios filhos? O que, em todo caso, devemos considerar e o seguinte: a resposta de Jesus a seus discípulos não é tão evidente assim. E seria idiotice pensar que a moral de tudo se resume na frase: Vejam só, um homem tão ocupado encontra tempo até para atender as criancinhas! Essa história não se encontra no Novo Testamento para provar que Jesus era simpático. Não. O ver dadeiro sentido desse episódio é bem outro. A mais elevada missão de Jesus, sua tarefa mais importante e decisiva, refere-se aos pequeninos. Nós, os adultos, os esclarecidos, estamos excluídos.
Crianças não possuem virtudes especiais! (Tiranos)
Crianças são pequenas e dependentes. Não podem ajudar-se.
Será Jesus um tirano que sé se interessa por subalternos? Não. Veio para os perdidos e humildes. Ele veio para quem precisa dele.
E nós, apesar dos pesares, precisamos dele!
Só que não reconhecemos isso.
Nós = nosso próprio obstáculo.
Não - Ele nosso obstáculo.
Sede pequenos!
Isso não significa assumir virtudes e características infantis!
Recomeçar tudo = ficar pequeno.
Ir até Ele, essa é a grande mudança. Não se trata de um imenso esforço. O que Jesus dá é o Seu Reino: no qual Sua vontade acontece, no qual deixa de existir o abismo entre Deus e os homens.
Deus nos presenteia com a nova vida. O crescimento e o amadurecimento significam dizer sim a Deus (não um talvez dos adultos).
Deus vê o crescimento!
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