É muito fácil comparar a sua própria caminhada de fé à dos outros, julgando-os “menos” espirituais. A situação não é nova. Paulo já tratou do assunto em Corinto. Na cabeça de alguns, é membro quem participa da igreja. Os demais podem ser excluídos. A questão está em como quantificar (ou qualificar) a participação. Só nos cultos ou também nas demais atividades? Refere-se à presença física? Quem sabe, se trata da contribuição financeira? Ou, da presença nos mutirões e serviços? Há luteranos que raramente estão nos cultos. Outros estão presentes, mas não contribuem. Afinal, quem é quem? Confesso que me assustei ao ouvir o comentário “excludente” do amigo. Mas, depois refleti sobre a minha própria história. Venho de uma família luterana. Todavia, na infância éramos pouco presentes na igreja. Vez por outro íamos aos cultos. Nunca estive no Culto Infantil. Evidentemente, os ritos tradicionais como Batismo, Confirmação, Casamento e Sepultamento eram cumpridos à risca pela família. Lembro aqui da expressão citada por alguns, referindo ao luterano tradicional: Cristão quatro rodas. Um título também “excludente”. Contudo, na jornada tradicional é que conheci o Evangelho, cheguei à fé e recebi o chamado ao ministério. Depois de capacitado, tenho a oportunidade de servir à igreja como pastor. De fato, o despertamento espiritual é individual. Deus faz história com cada pessoa, no tempo e do jeito d’Ele. Hoje, cabe às comunidades luteranas oportunizar o despertamento, seja cumprindo os ritos básicos, seja na pregação evangelística, sempre com acolhimento fraterno. Na realidade, a conversão é obra do Espírito Santo, tão somente.
De 1969, “Agora Sou Feliz” com Quarteto Prelúdio.
