LUZ X ESCURIDÃO

Relato de Uma Visita Pastoral

27/02/2015

O surgimento da energia elétrica trouxe facilidade e comodidade a todas as pessoas. Lembro que no meu tempo de infância, meus pais, minha irmã e eu morávamos em Rosário do Sul, no campo em meio às lavouras de arroz, e ainda não havia luz elétrica. À noite usávamos lamparina no liquinho a gás para iluminar a casa. Vivíamos muito bem assim, mas tamanha foi a alegria quando nos mudamos para o outro lado do campo e lá se pode usufruir a novidade da eletricidade.

Hoje em dia é quase inimaginável nossa sociedade viver sem energia elétrica. Geladeira, chuveiro, televisão, liquidificador, ferro de passar, computador tudo depende deste beneficio. E quando acaba a luz, mesmo que seja por pouco tempo, acaba atrapalhando o andamento da rotina em casa, no trabalho, na escola. E se a energia elétrica demora muito a voltar, o caos se forma.

Na Bíblia, a luz nos lembra vida. A falta de luz, morte. Pensando em nossa própria vida, vemos que há momentos que são como a escuridão. Quando a falta de amor provoca sentimento de insegurança e medo, nos sentimos tão perdidos como numa noite escura.

Certa vez, numa visita pastoral falávamos da realidade atual no qual estamos inseridos com toda violência, corrupção, crises e dificuldades, e no calor da conversa a pessoa angustiada perguntou: “Pastora, que mundo é esse que estamos vivendo?” – Pois é, essa é a pergunta que não quer calar: Que mundo é esse que estamos vivendo?

Convidei a pessoa visitada a cantarmos o hino 165 do HPD 1. Na primeira estrofe cantamos: “Há sinais de paz e de graça neste mundo que ainda é de Deus. Em meio aos poderes das trevas, manifestam-se as forças dos céus”. O mundo que vivemos é de Deus. Ou como diz a letra do hino: ainda é de Deus! Neste mundo vivemos em meio ao conflito entre vida e morte, bem e mal, luz e trevas. Temos a liberdade de escolha por onde queremos andar. Deus não obriga ninguém. Cabe a nós decidirmos andar ou não na luz de Deus.

Deus não quis que o mundo e a nossa vida permanecessem nas trevas. A vontade dele é vida em abundância para toda a sua criação, por isso Jesus Cristo deu a própria vida na cruz (conforme João 3.16). No filho unigênito de Deus se manifestou a luz. Em Jesus, Deus mostra o caminho a pessoas que andam nas trevas. Deus quer que com a ajuda da luz as pessoas possam abrir seus olhos, enxergando melhor a realidade de injustiça que as rodeia.

Deus deseja que com o auxílio da luz as pessoas possam lutar para transformar o mundo num lugar mais justo e marcado pela paz.
Voltando ao hino que cantamos na visita, na quinta estrofe dizia: “Palavra que diz liberdade, anúncio de paz e perdão, abraço que aceita e sustenta são luzes na escuridão”. Andar na luz é não deixar que nada atrapalhe o nosso relacionamento com Deus, com o próximo e consigo mesmo. Andar na luz gera perdão, arrependimento, humildade e reconciliação.

Jesus Cristo é a luz do mundo. Ele acaba com a escuridão da vida. Ele ilumina os passos das pessoas que o seguem. No seguimento de Jesus somos preenchidos pela luz da vida. E assim, passamos a iluminar também.

Quando a visita pastoral estava chegando ao fim, lemos a passagem bíblica do Evangelho de Mateus 5.16: “Jesus Cristo diz: Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu”. E, assim encerramos com uma oração de gratidão e intercessão pedindo que Deus nos iluminasse para que também nós pudéssemos iluminar o mundo ao nosso redor.

Riqueza/SC – Paróquia Evangélica de Palmitos 


Autor(a): Pa. Vivian Raquel Gehrke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 31796
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