Lucas 16.1-9

Prédica

13/08/1972

Lucas 16.1-9
9º. Domingo após Trindade 

Por que a Bíblia considera o dinheiro e a riqueza como coisas iníquas, más, perversas, injustas? 

1º. - Porque o esforço para ganhar e conservar obriga a participar da injustiça e iniquidade ligadas e relacionadas obrigatoriamente a essa luta. É muito difícil estabelecer o limite entre ganhos e lucros honestos e desonestos. É problemático saber onde termina o salário honesto e começa o ordenado sujo e pecaminoso. 

Dinheiro não tem cor nem cheiro? Negócios, negócios, amigos à parte? 

2º. -Porque dinheiro e riqueza enganam a todos os que pensam que podem confiar neles. Dinheiro e riqueza são um capital. E o capital representa poder - ou ruína. O poder do capital é que verdadeiramente comanda, governa os donos do dinheiro, as empresas, as nações e os povos. 

Se as guerras parassem de hoje para amanhã, que aconteceria com as industrias que fabricam armas, aviões, navios, remédios? Que fariam os empregados dessas indústrias, desempregados da noite para o dia? 

* * * 

O homem rico e o administrador acusado de desonestidade, na parábola de Jesus, sabiam de tudo isso. Ambos aproveitavam as delícias do dinheiro, tiravam seus lucros, faziam — seus negócios. 

Empregadores - empregados / Industriais - Ministério da Fazenda. 

De repente - a crise para o administrador - o truque para se salvar da situação. 

A falta de escrúpulo para tirar proveito, evitar a miséria e a vergonha. 

A semelhança entre homem rico e administrador. 

O elogio da esperteza - por que? 

1) Saber enfrentar o poder do dinheiro (hoje rico - pobre amanhã) 

2) O dinheiro serve para fazer amigos; não merece mais respeito do que isso (realismo!) 

3) Saber explorar esse ídolo - eis o que Jesus elogia nos filhos do mundo. Isso é imoral? Por que? 

* * * 

Por que são menos espertos, hábeis, inteligentes os filhos da luz? Por que não são livres diante do poder do dinheiro! Porque não sabem decidir-se entre Deus e o dinheiro! 

POR QUE? Porque acham que são honestos (mais que os outros), porque julgam que merecem o dinheiro que possuem. Em matéria de dinheiro, os cristãos seguidamente não cheiram nem fedem. Não são desonestos - mas também não são livres.

É preciso pensar no futuro? É preciso ser alguma coisa na vida? Ninguém vive sem dinheiro? 

São os filhos do mundo? Ou os filhos da luz? Ou ambos? 

Eis o nó da questão: como é que os cristãos vencem, com esperteza, o poder do dinheiro? 

Os filhos do mundo usam truques, aplicam a desonestidade, descobrem mil jeitos. 

E nós? Fazemos o mesmo? 

Ou demonstramos nossa liberdade - a liberdade para a qual Jesus nos libertou - para enfrentar o poder do dinheiro, das riquezas? 

E como se demonstra a liberdade? 

* * * 

Fazendo uso do dinheiro, sem ficar com medo das riquezas, sem ser esmagado pelo poder do dinheiro. Fazendo uso do dinheiro, como quem sabe que este mundo, suas riquezas e seu dinheiro, passarão. 

Quem é capaz de orar venha o Teu reino sabe que todo o resto vai passar. Até mesmo o poder do dinheiro. 

* * * 

Assim, façamos uso do dinheiro!
Sejamos inteligentes no uso do dinheiro, nos negócios.
Mas sejamos livres! E vamos dar provas dessa liberdade.
Se os cristãos fossem livres em relação ao dinheiro...
Para sobreviver, o administrador pôs tudo em jogo.
A pergunta desta parábola: que é que nós pomos em jogo para Deus e seu reino?
A resposta é a semana que inicia.

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Autor(a): Breno Arno Schumann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Juiz de Fora (MG)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 10º Domingo após Pentecostes
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 16 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 9
Título da publicação: Auxílios para a Prática Pastoral - Seleção póstuma de prédicas e medit / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1974 / Volume: P - 2
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 23327
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