LIBERTADOS PELO SACRIFÍCIO DE JESUS

08/04/2020

Hebreus 9.15,26b-28 –
15 Portanto, é Cristo quem consegue fazer uma nova aliança, para que os que foram chamados por Deus possam receber as bênçãos eternas que o próprio Deus prometeu. Isso pode ser feito porque houve uma morte que livrou as pessoas dos pecados que praticaram enquanto a primeira aliança estava em vigor. 26b Uma vez por todas Cristo apareceu agora, quando os tempos estão chegando ao fim, para tirar os pecados por meio do sacrifício de si mesmo. 27 Cada pessoa tem de morrer uma vez só e depois ser julgada por Deus. 28 Assim também Cristo foi oferecido uma só vez em sacrifício, para tirar os pecados de muitas pessoas. Depois ele aparecerá pela segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar as pessoas que estão esperando por ele.

1. Irmãos e irmãs!
Nesta Sexta-Feira da Paixão nós somos lembrados da violenta e sofrida morte de Jesus Cristo na cruz. Ela foi uma ação da maldade humana, mas Deus deu a resposta na manhã da Páscoa, transformando o sacrifício de Jesus em resposta do seu profundo amor por toda a humanidade. Somos lembrados do significado disto tudo para a nossa vida: Cristo, que era sem culpa, se fez pecado por nós, para que nós, os que merecíamos o castigo, fôssemos libertados e reconciliados com Deus.

Muitas pessoas não gostam de falar sobre a morte de Jesus nem se sentem bem na presença da cruz. Elas têm a sensação de que a cruz as acusa e condena. Aflora nas pessoas um sentimento de culpa. Elas são lembradas da existência do pecado, da violência, da exploração, da injustiça, da morte – com as quais convivem e acham normais. As pessoas não querem ser lembradas disso. Por isso se incomodam e tentam tirar a cruz de diante dos seus olhos.

Então surgem algumas reações:
As pessoas simplesmente negam que são pecadoras e que são responsáveis pela crucificação de Jesus. É uma reação bem humana. Quem de nós, no tempo de criança, não respondeu: “Não fui eu!” quando a mãe descobriu a louça quebrada, que escondemos no fundo do armário? Negamos a nossa culpa. Por isso a cruz incomoda.

Outra reação é tentar contornar a culpa. As pessoas reconhecem que está errado, mas procuram justificar seus atos por motivos que consideram necessários. Os Fake News são um exemplo disso. As pessoas conhecem bem os mandamentos divinos, sabem que não se deve matar o próximo, mas ficam repetindo: “bandido bom é bandido morto”, “Pobre é pobre porque é vagabundo e não gosta de trabalhar”. E assim por diante...

Já outras pessoas tiram a responsabilidade de sobre os próprios ombros e procuram culpar os outros. Sempre os outros têm culpa de tudo o que acontece de errado, Sempre se acha um “bode expiatório”. Para tanto, elas se declaram “pessoas de bem”, embora vivam desejando o mal para os outros.

Todas estas pessoas têm sérios problemas com a cruz de Cristo. A consciência as acusa. Elas sofrem profundamente por remorso e por culpa mal resolvida. Por isso, o apóstolo Paulo disse que a cruz é loucura para quem se perde.

O texto bíblico de Hebreus 9 nos revela que a cruz, no entanto, aponta para o sacrifício de Jesus que, pela sua morte, libertou as pessoas do pecado e do mal, e as reconciliou definitivamente com Deus. A entrega de Jesus na cruz transforma-se assim no gesto supremo do amor de Deus, que abre seus braços para acolher as pessoas, nós os pecadores, os “filhos pródigos”, que reconhecem a própria fraqueza e culpa e, arrependidos, se voltam para o Pai celestial.

Sim, nós podemos e devemos olhar para a cruz. Ela nos lembra deste amor infinito, deste amor libertador. Não precisamos mais negar nosso pecado nem tentar justificar nossos erros, muito menos empurrar nossa culpa para os outros. Nós podemos abrir nosso coração para o Salvador. Somente através de Cristo nossos pecados são perdoados. Por isso, podemos admitir nossos erros, reconhecer nossa responsabilidade e assumir nossa culpa, pois temos um Salvador, aquele que carrega tudo isso por nós na cruz. Ele nos reconcilia com o Pai e com o nosso próximo. Ele nos acena com uma vida nova, plena e eterna, inaugurada na manhã da Páscoa.

E que a paz de Deus, que é maior do que o nosso entendimento, nos conduza pelos caminhos de Cristo. Amém.

Pastor Em. Geraldo Graf
São Jose do Rio Preto/SP

 


Autor(a): P. Em. Geraldo Graf
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 55915
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