As pessoas são salvas pelo cumprimento da lei ou pela graça de Deus? Esta pergunta resume a grande crise dos cristãos da Galácia. Para responder essa pergunta, o apóstolo Paulo escreveu sua carta. Seu objetivo é esclarecer questões básicas de fé cristã, que estão sendo mal interpretadas.
O apóstolo Paulo preocupa-se o tempo todo em zelar pelo Evangelho. Ele sente que sua missão é anunciar o Evangelho, sempre que possível. Sabe também que é necessário orientar as pessoas em diferentes momentos e lugares. Tem consciência ainda que o Evangelho também precisa ser repetido. Não é notícia proclamada uma única vez. O Evangelho quer ser abraçado por cada pessoa, a cada novo dia. Sua mensagem, Palavra de Deus, precisa ser repetida, refletida, interpretada e compreendida ao longo de toda a vida.
Assim como no tempo do apóstolo Paulo, é muito importante nós olharmos novamente para os textos do Evangelho e ouvirmos o que a Palavra de Deus nos diz. Como os Gálatas, nós também ficamos confusos. Precisamos ler, reler, dialogar e esclarecer para compreender bem o Evangelho.
Neste encontro, vamos refletir em conjunto sobre Gálatas 6.2: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”.
O versículo aponta para o centro da Igreja de Jesus Cristo. Esse centro se realiza na missão diaconal, que é o serviço ao próximo. O que se destaca neste versículo é o chamado para a prática solidária, para a diaconia.
Vivemos numa sociedade em que a pessoa é levada a se ocupar apenas com os seus problemas, as suas preocupações. Em vez disso, Deus cuida e ensina a cuidar de todas as pessoas. Por isto, na igreja, seja na comunidade ou no sínodo, Deus espera que aprendamos a olhar para além das próprias dificuldades, inclusive das financeiras. Através da prática da solidariedade, damos testemunho de que cremos que somos todos amparados por Deus.
Como pessoas cristãs, somos chamadas a vivermos unidas, mesmo com todas as nossas diferenças (Romanos 12.4-5). Por sermos como um corpo, somos desafiados a carregarmos juntos as dificuldades e as preocupações dos membros da comunidade e de toda a nossa igreja. Se uma comunidade está passando por dificuldade, isso diz respeito a toda igreja. Como uma igreja de pessoas marcadas pelo Evangelho de Jesus Cristo, somos desafiados a olhar principalmente para a parte do corpo que está mais frágil (1 Coríntios 12.22), identificar e reconhecer nela não só o outro, mas nós mesmos.
Importante é nos darmos conta do significado das palavras de Paulo: Levai as cargas uns dos outros. O convite aqui pressupõe uma ajuda mútua. Eu ajudo e também sou ajudado. Nossa vida é marcada por situações em que somos chamados a ajudar e por situações em que necessitamos de ajuda. E isto é um traço bem especial da comunidade cristã. A prática das comunidades cristãs é diaconal, é de servir e de ser servido. Isso implica ação solidária e mútuo comprometimento. Mesmo que o mundo enfatize a independência e o individualismo, nós somos chamados a viver em comunidade: todos dependemos de Deus e um membro depende do outro. Nenhum de nós é apenas um peso para os demais e nenhum de nós é somente um carregador de cargas alheias.
As cargas que carregamos ou ajudamos a carregar são distintas: carência de afeto, raiva, baixa autoestima, agressividade, fome, crise financeira, enfermidade – são alguns exemplos. Na carta aos Gálatas, Paulo convida as comunidades mais abastadas economicamente a serem solidárias com as comunidades necessitadas (Gálatas 2.9-10). O Compromisso de partilha e ajuda, inclusive partilha de bens materiais, é um agir diaconal e está de acordo com o Evangelho. Nossa solidariedade é marcada por ações que dependem umas das outras. E só agimos porque é Deus que efetua em nós este querer (Filipenses 2.13). É Deus que nos presenteia com a vida, com frutos do nosso trabalho e com a salvação. É Deus também que desperta, através da fé, o nosso agir. O que fazemos, somos, carregamos, recebemos e damos é fruto da ação primeira e constante de Deus por nós. Também nossas ofertas são, em primeiro lugar, reconhecimento de que Deus é Senhor de nossa vida. A nossa vida é dele e para ele. Trata-se de uma atitude de gratidão, louvor e adoração. A solidariedade passa a ser uma resposta ao amor de Deus.
Ao levar as cargas uns dos outros, experimentamos o amor daquele que carregou nossos pecados e diariamente nos carrega nos seus braços.
Desenvolvimento do encontro
CRIANÇAS
1) Canto: A árvore amiga (Cancioneiro Uma Canção de Esperança, nº 31).
2) Oração: Querido Deus, nós te agradecemos, pois tu nos amas e cuidas de nós. Ajuda-nos a descobrir como podemos cuidar melhor uns dos outros.
3) Narração de história bíblica: Lucas 10.25-37
Certo dia, um homem vinha por um caminho deserto, quando foi assaltado e espancado. Sem forças para se erguer e sentindo muita dor, o homem ficou caído e ferido no chão. Pouco tempo depois, passou por ali uma pessoa muito importante. Viu aquele homem caído e seguiu o seu caminho. Logo em seguida passou outra pessoa por ali. Ela também viu o homem caído. Parou, olhou. Até sentiu pena, mas teve medo de ajudar. Foi embora. Depois, uma terceira pessoa passou. Essa viu o homem e curvou-se para ajudá-lo. Segurou-o nos braços e o levou até uma casa, perto dali. Falou com o dono da casa e deixou dinheiro para que o homem assaltado pudesse ser bem cuidado.
4) Diálogo
A partir da história, conversar com as crianças:
O que aconteceu na história? Qual das pessoas foi solidária?
Quem lembra de uma história em que alguém ajudou dessa maneira?
5) Canto: Conforme a melodia da canção folclórica Se esta rua fosse minha
Jesus Cristo, Jesus Cristo ensinou
Que podemos, que podemos ajudar.
Um carinho, um sorriso, um alô,
São presentes que podemos partilhar.
Se esta rua, se esta rua fosse minha,
Eu mandava, eu mandava avisar:
Que cuidar do vizinho ou da vizinha
É uma forma bem bonita de amar.
Convidar as crianças a criarem outras estrofes para a canção, expressando a ideia de cuidar e ajudar outras pessoas.
6) Brincadeira: Cadeira humana
Duas crianças posicionam os braços da seguinte forma: ambas colocam a mão direita sobre o seu braço esquerdo estendido. Nessa posição, ambas apoiam sua mão esquerda sobre o braço direito da outra pessoa, formando uma cadeira. As duas pessoas se abaixam e uma terceira pessoa pode sentar sobre os braços das duas, apoiando-se nos ombros das pessoas que a estão carregando.
7) Ação: Convidar as crianças a pensar em pessoas que precisam de apoio. O grupo escolhe uma pessoa, instituição ou situação que gostaria de ajudar financeiramente e faz uma oferta ou um plano de ofertas.
8) Oração: Formar um círculo e, de mãos dadas, orar em conjunto pelas pessoas lembradas pelo grupo.
9) Bênção: Deus te abençoe.