Lázaro!

16/01/2022

 

Uma velha parábola sempre traz novas reflexões. Aliás, o próprio Cristo reconta uma parábola popular, com novo significado, que ainda hoje fala. Vamos rever, então, com a Parábola do Rico e de Lázaro (Lucas 16.19-31). Duas pessoas enfrentaram a morte e suas consequências. O rico tinha vida boa. Ele usufruía de todos os prazeres que a vida permitia. Contudo, Lázaro vivia no completo desconforto. Era doente e não tinha sequer o que comer. Vale o destaque... Das parábolas de Jesus, a única pessoa citada por nome é Lázaro. Aos olhos humanos, um tinha tudo e o outro, nada. O rico tinha uma religião. Ele conhecia Abraão, mas pouco ligava à prática da fé. Estava mais interessado em “curtir” a vida. Após a morte, o fiel Lázaro é levado à mesa de Abraão, onde tinha todas as regalias. O rico, entretanto, acaba no lugar de castigo. De lá, podia ver o conforto de Lázaro. Com humildade, ele apela para Abraão, reconhecendo sua autoridade. Mas, em relação ao Lázaro - mesmo no castigo eterno - ainda se acha superior. Ele pede que este lhe sirva de empregado, lhe alcançando água. Ele não percebe que, após a morte, a realidade é bem outra. Abraão lhe abre os olhos, dizendo: Há um abismo que nos separa! Em vida, você teve a opção. Escolheu as regalias. Não deu tempo à Palavra. Não cumpriu a lei, nem sequer estendeu sua mão aos pobres. Já Lázaro – continuou Abraão – não tinha opção: “Sofreu” a vida! Mas, eis que se abre um momento de lucidez. O rico deixa de pensar no seu umbigo e se lembra da família. Como posso ajudá-los para não seguirem meu rumo. De tabela, meio que acusa Abraão de não o ter avisado do fim eminente. Se o fosse, poderia ter se preparado. Novamente, quer abusar do Lázaro, pedindo que seja seu mensageiro. Jesus, usando a boca de Abraão, traz a grande verdade: Teus irmãos – disse ele – têm Moisés e os profetas, que apontam o caminho da salvação. Basta ouvir e obedecer. Tal resposta foi retroativa. Valia bem ao rico, como para os seus irmãos. O rico não estava separado de Deus por ter riquezas. Mas, sim, pelo desprezo às Escrituras. Mas, o rico não se conforma e pede: Por favor, mande Lázaro. Eles ouvirão quem vem dos mortos. Impossível! Abraão foi categórico. Se eles não sabem o que diz a Palavra. Não enxergam o carente. Não adianta vir um morto e dizer. Aliás, aqui está a razão do nome “Lázaro”. Ele esteve morto. Foi ressuscitado por Cristo. Quem o ouviu? Por fim, a questão não está no ser pobre ou rico. O problema é o endeusamento do dinheiro, achando que nele está a solução. É um estilo de vida que cega, não permitindo enxergar o outro. Tal vida culmina no esquecimento de Deus. O desafio da parábola é olhar para Cristo, morto e ressuscitado. Ouvir, levar a sério e obedecer às suas determinações, onde prevalece o amor que vê a Deus acima de tudo e o semelhante ao lado. Aí, mesmo a morte, não impedirá nossa participação no banquete celestial.

“Deus Não Abre Mão de Você” com Quarteto Alfa.
 


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 16 / Versículo Inicial: 19 / Versículo Final: 31
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 65929
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Um cristão não pode ser ofendido a tal ponto que não possa mais perdoar.
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