Johannes Daniel Falk (1768-1826) HPD nº 29
Nasceu: 28 de outubro de 1768, Danzig (agora Gdansk), Polônia. Faleceu: 14 de fevereiro de 1826, Weimar, Alemanha. Sepultado: Alten Friedhof, Weimar, Alemanha.
Johannes Daniel Falk nasceu numa família pobre. Com 10 anos de idade teve que abandonar a escola para ajudar a seu pai na oficina de perucas. Entretanto, continuou a estudar a noite. Somente em 1785 conseguiu entrar no ginásio. Era tão bom aluno que o Conselho da Cidade lhe concedeu bolsa de estudos para a Universidade em Halle (1787), onde estudou Clássicos e Teologia. Alí foi professor por algum tempo, após ter-se diplomado. Em 1798 casou-se e mudou para Weimar, onde foi bem recebido pelos poetas Herder, Goethe e Wieland. Ali tornou-se conselheiro, e ganhou alguma reputação como escritor de sátiras.
Em 1806 (após a batalha de Jena contra os exércitos de Napoleão e depois de ter sofrido com a morte de 4 de seus filhos) Falk encontrou o caminho de volta a verdadeira fé cristã, e dela ganhou forças para o amor ao próximo. O satírico se tornou filantropo. Primeiro exerceu caridade nos hospitais de campanha. E em 1813 fundou a “Sociedade dos Amigos em Necessidades”, cujo objetivo era encontrar famílias onde colocar crianças desamparadas, que haviam perdidas seus pais nos tormentosos dias das guerras de Napoleão. Aos domingos Falk reuniu estes órfãos em sua própria residência para uma espécie de “Escola Dominical”, onde podiam brincar, cantar e ouvir histórias. Em 1819 começou a construir o “Lutherhof”, um Lar que abrigou até 200 órfãos e crianças abandonadas, onde Falk desenvolveu suas habilidades de pedagogo cristão.
Dentre os poucos hinos deixados por Johannes Daniel Falk, um atingiu grande popularidade: “O du fröhliche...” = Jubiloso, venturoso tempo santo de Natal, HPD nº 29, escrito em 1816 como “Allerdreifeiertagslied” (Hino para as três grandes festas, cujo original ainda se encontra no Cancioneiro editado pela Sociedade Escolar de Santa Catarina, em 1908, na Editora G. Arthur Koehler em Blumenau). A primeira estrofe se refere ao Natal, a segunda à Páscoa, e a terceira a Pentecostes. Posteriormente estas três estrofes se separaram e foram classificadas junto com os respectivos hinos natalinos, pascais e pentecostais, e a cada uma delas se acrescentaram mais duas estrofes. As segunda e terceira estrofes do hino de Natal são da autoria de Heinrich Holzschuher, feitas em 1829.
Existem, em português, várias traduções deste hino: do P. Hans Müller (Joinville, 1939), P. Hans Wiemer (Petrópolis, 1945), ambas baseados no original alemão, e a do Rev. José Gonçalves Pacheco (1940) baseado numa versão francesa. A versão que se encontra sob Nº 29 em nosso hinário “Hinos do Povo de Deus” (de 1981) é uma adaptação feita pela Comissão do Hinário.
A melodia deste hino é de origem da Cicília, Itália, onde já era conhecida antes de 1788. Ela foi recolhida pelo poeta alemão Johann Gottfried Herder e se encontra numa coleção de canções populares de 1807. A letra original em latim “O Sanctíssima, o piíssima...” era um hino em louvor à virgem Maria.
Fontes:
- www.cyberhymnal.org/
- “Evangelisches Gesangbuch, Ausgabe für Bayern und Thüringen”, München , 1995²
- H. Jarck, “Johannes Falk” em RGG³, Tübingen, 1958
- Henriqueta Rosa Fernandes Braga “Cânticos de Natal” Livraria Kosmos Editora, Porto Alegre, 1960.
- “Liederbuch zum Gebrauche in deutsch-brasilianischen Volksschulen” Editora Arthur Koehler, Blumenau 1908.