Johann Sebastian Bach (1685-1750)

O músico chamado o Quinto Evangelista

01/03/2010

Em 1685, em Eisenach, nasceu o caçula de um músico que já tinha nove filhos. Era Johann Sebastian Bach. No meio da grande família de músicos, Johann Sebastian tinha uma infância muito feliz. Mas, quando completou 10 anos, tudo mudou. Nesse ano, morreu a mãe e, poucos meses depois, o pai. O irmão mais velho, que era organista, já tinha casado e recebeu Johann Sebastian na sua família. Este irmão deu aulas de música para Johann Sebastian. Lá ele ficou, até ganhar uma bolsa de estudos no internato de Lüneburg. Os alunos desta escola recebiam, gratuitamente, aulas de música para poder cantar, como coro de meninos, nos cultos, nos enterros e em outras ocasiões. Eles não tinham muito tempo livre.

Aos dezoito anos, Johann Sebastian começou trabalhar em diversos lugares como violinista ou organista. Quando foi contratado como regente de uma pequena orquestra do Duque de Anhalt/Köthen, ele encontrou um ambiente ideal para compor suas músicas, na maioria obras para os instrumentos da orquestra. Também para sua vida familiar, os anos em Köthen foram bons. Ele tinha casado com Maria Barbara, que lhe deu nove filhos. Só que, em 1720, quando Johann Sebastian voltou de uma viagem que tinha feito com o duque, ela não vivia mais. Faleceu, enquanto ele estava viajando.

Em 1721, Johann Sebastian casou outra vez. Encontramos as peças que ele escreveu para sua segunda esposa no “Noten-büchlein für Anna Magdalene Bach”. Para muitos alunos, hoje, o primeiro encontro com a música de Bach se faz através dos minuetos deste caderno. Com Anna Magdalene, ele teve mais onze filhos. Dos seus vinte filhos, onze morreram ainda jovens.

Em 1723, Johann Sebastian Bach, atendeu ao chamado de ser o músico da Comunidade de São Tomé, em Leipzig. Junto à Igreja São Tomé, funcionava um colégio com internato. O músico da Comunidade tinha diversas tarefas: atuar como organista, compor músicas para os cultos, reger os coros, ensinar canto e instrumentos e lecionar latim no colégio. Além dessas funções, sua obrigação também era ajudar como monitor no internato e levar o coro dos meninos nos enterros para cantar.

Surge a pergunta: Porque um músico tão dotado deixou um cargo bem mais agradável e melhor remunerado, para assumir a função de músico em Leipzig.? A resposta achamos, quando ficamos sabendo que, já nos seus empregos de organista, ele exigia que se desse mais atenção para a música nas igrejas e que houvesse regras para que a música sacra, de fato, pudesse ter, somente, o objetivo de servir a Deus. Em Leipzig, ele viu o seu lugar para fazer música para Deus.

Nos vinte e sete anos em Leipzig, ao lado de todas as suas tarefas de organista, regente, professor e monitor, Bach escreveu e executou as mais diversas obras: cantatas (das mais que trezentas que escreveu, só conhecemos 200), músicas para órgão, músicas para orquestra, músicas para cravo e piano (o piano, recém, ficara conhecido), composições para coro a capella (sem acompanhamento instrumental), músicas para conjunto de câmara, uma missa grande e outras pequenas, a Paixão segundo São Mateus e a Paixão segundo São João.

No começo de cada música que compunha, Bach colocava um D.J., que era a abreviatura do latim “ Deus Juva” (Deus, ajuda!). No final das partituras encontramos, sempre, S.D.G., abreviatura do latim “Soli Deo Gloria” (Somente a Deus a glória!).

Nos últimos anos, Bach teve que acompanhar a mudança do estilo musical. Não havia reconhecimento daquilo que fez. Também a sua última obra, “A Arte da Fuga”, onde Bach precisou da ajuda do seu genro para escrever, pois tinha ficado quase cego, não chamou a atenção na época. No fim desta sequência de fugas, sentindo que estava chegando a sua última hora, Bach ditou para o seu genro a fantasia sobre o hino: “Eu venho perante o teu trono, ó Deus, e peço com humildade: não deixe de olhar para mim, o pobre pecador. No último dia, me chama para que possa ver a tua face eternamente. Amém.”

Durante cem anos, as obras de Bach não foram executadas. Somente cem anos após a sua morte, as músicas foram redescobertas pelo compositor Felix Mendelssohn. Até hoje elas são cantadas, tocadas e veneradas no mundo inteiro por coralistas e músicos de todas as nações.

Bach, hoje ainda, fala, ou melhor: prega através das suas obras musicais. O arcebispo Söderblom, da Suécia, chamou Bach de “O Quinto Evangelista”. Beethoven falou de Bach o seguinte: “Em vez de Bach (a tradução seria riacho), seu nome deveria ser “Mar”.


Autor(a): Isolde Mohr Frank
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Música
Título da publicação: Da nuvem de testemunhas / Ano: 2007
Natureza do Texto: Artigo
ID: 11529
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