O apóstolo João escreve: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”. (1 João 2.1)
Há algumas semanas vivenciamos em nossas comunidades a grande festa da Páscoa. Experimentamos mais uma vez o amor de Deus no qual temos a certeza da vida e salvação por meio da entrega de Cristo por todos nós.
E, é justamente dessa doação, que nos fala o apóstolo João nesse versículo citado acima. Entendo que, em primeiro lugar, João quer que nós possamos louvar e agradecer a Deus por essa graça e, sobretudo, reconhecer que nós fomos perdoados de verdade. É fundamental esse reconhecimento. Pois, essa verdade é a que alimenta o nosso viver diário da fé.
Infelizmente percebemos que muitos não entenderam essa graça e, consequentemente, vivem uma vida atribulada, pois carregam fardos desnecessários pelo simples fato de não reconhecer em Jesus aquele que nos traz alívio e libertação (Mt 11.28).
Quero ilustrar isso com uma pequena história:
“Conta-se que certa vez havia um homem na beira da estrada pedindo carona. Isso aconteceu a muito tempo atrás, quando não havia carros e nem rodovias asfaltadas. Um homem passava com sua carroça quando viu o viajante a beira do caminho empoeirado, debaixo do sol escaldante, com uma pesada mala nas costas. A carroça na verdade era uma bonita charrete, puxada a cavalo, com toldo para proteger do sol. Um luxo para a época. Compadecido, o homem ofereceu carona ao viajante, que a aceitou aliviado e com um largo sorriso no rosto. Conversaram durante vários quilômetros. O viajante viera visitar seus parentes que moravam ali nas proximidades. Chegando ao seu destino, o viajante pediu para descer. O homem da charrete, com a testa enrugada de curiosidade, lhe perguntou: -Amigo, você subiu na charrete e andamos vários quilômetros até aqui. Por que não tirou essa mala pesada das costas? O viajante, constrangido, lhe disse: -Puxa, sabe que eu nem havia percebido que estava sofrendo sem necessidade?”
Assim como esse viajante não se deu conta do peso que estava carregando em vão, assim também acontece com muitos que se denominam “cristãos”. Quantas pessoas passam a vida carregando um peso que não precisariam carregar. Bastaria reconhecer a dádiva do perdão recebido de Deus. Bastaria reconhecer em Cristo o nosso Advogado. Não um Advogado qualquer como vemos em nosso mundo. Pois, Jesus, ao contrário do que acontece com as leis humanas, não quis anular o nosso pecado e fazer de conta que éramos inocentes. Jesus, o nosso Advogado, admitiu o nosso erro e se entregou como propiciação pelos nossos pecados de uma vez por todas (1 João 2.2).
Por tudo isso, vamos agradecer ao nosso Salvador por essa imensa dádiva, a saber, o perdão. E vamos viver como pessoas libertas e perdoadas. Vivamos com fé e com compromisso guardando a boa e preciosa Palavra de Deus. Amém.
