O Evangelho desta semana (Marcos 16.12-18) nos lembra da aparição de Jesus aos discípulos em dois momentos distintos. Este Jesus que aparece aos discípulos é Deus. Jesus é a face de Deus. Através de Jesus Deus nos vê e por meio de Jesus nós também vemos a Deus.
Nós não podemos, imitá-lo e demonstrar amor como ele demonstrou. Em seu lugar jamais nós poderemos nos colocar. A nossa salvação só é possível por causa de Cristo. É Ele quem nos carrega no colo. Quem nos tira do poço das dificuldades. É quem sustenta nossa caminhada e a leva para a vida eterna.
Jesus, antes da sua morte, já mostrou o quanto Deus é misericordioso. O Deus Pai que foi carinhosamente chamado de ABA por Jesus, que quer dizer: “Paizinho”, mostra a intimidade entre Pai e Filho. No entanto, a pregação sobre esse Deus misericordioso e amoroso feita por Jesus não foi aceita pela maioria das pessoas porque na misericórdia de Deus não há lugar para a injustiça, a maldade, a corrupção, o desamor. Jesus foi rejeitado com todo o seu projeto de vida, e vida em abundância. Foi condenado e executado como criminoso. E, o Deus ABA, Paizinho, passa a ser um Deus juiz que mostra sua superioridade sobre todas as forças do mal instituídas nesse mundo e, principalmente sobre o poder do Diabo, quando ressuscita seu Filho. Quando esse vence a morte. A ressurreição, por assim dizer, comprova toda a pregação de Jesus antes de sua morte. Reforça a sua missão. Declara o Senhorio de Jesus. Senhor, neste mundo, é ele: Jesus de Nazaré. O que vale são as suas palavras, não as de seus opositores, que, em vez do reino de Deus, querem implantar o reino de seus próprios interesses. E a luta de Jesus continua sendo a busca incansável de todas as pessoas para a vida. Jesus não morre mais e é essa vida que ele oferece de graça para todos.
Esta missão Jesus não quer realizar sozinho. Por isso, ao aparecer aos discípulos, Ele dá a ordem da evangelização: “-Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a todas as pessoas”. Assim como ele próprio havia chamado discípulos para conviverem com ele e serem instruídos na maneira que Deus deseja a vida para todas as pessoas, assim ele os envia agora para testemunharem ao mundo tudo que viram e ouviram. A incredulidade não deve fazer parte dos que são discípulos. A realização do Batismo será a marca da salvação. Sinais visíveis se manifestarão nos crentes. É verdade que a força do mal está presente neste mundo ainda em grande escala. Porém, este seu poder já foi derrotado por Deus na ressurreição de Jesus. Nesse sentido, existem dois caminhos pelos quais a pessoa pode optar. Um é o caminho que Jesus propõe, oferecendo-se na cruz por nós para que entendamos todo o amor e misericórdia de Deus em favor da vida. Outro caminho é aquele que desafia Deus e seu poder.
A fé, o crer verdadeiramente, é que determinará a salvação dos que são de Cristo: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” É essa certeza que a fé, que Deus nos dá, fará com que saibamos ajudar o nosso semelhante influenciado pelo poder do mal a se libertardele, levando o Evangelho a todos os recantos do mundo, para todas criaturas nas mais diversas línguas. E, por meio de sua Bênção Deus as curará de qualquer enfermidade que as esteja oprimindo ou impedindo de chegar até ele. Nossa fé, portanto, é Jesus. Nossa ação é dele. Nosso viver é dádiva sua. Sua missão é nossa tarefa. “Missão de Deus Nossa Paixão”
Que todos/as tenhamos uma boa semana e um bom período de Pós-Páscoa.
Paulo César Scheuermann, pastor, Tapejara/RS.