Jesus acalma uma tempestade

31/01/2011


Estimados leitores, no mês de janeiro acompanhamos as tempestades que trouxeram destruição e morte a tantos lares na região sudeste. Todos os anos a história se repete, talvez só em locais diferentes. Talvez muitos se perguntem: Onde está o Deus que se revelou em Jesus e acalmou a tempestade como a descrita em Mateus 8.23 – 27? Por que ele não atendeu ao grito de socorro dos muitos que foram levados pela água e soterrados pela lama? Onde está o “homem que manda no vento e nas ondas?!”

Este homem, Cristo Jesus, está visível na cruz. Nela Ele sofreu, morreu e ressuscitou para que em meio às tempestades da vida encontremos esperança e alento. Na cruz Deus vem em Jesus nos abraçar em meio às tragédias da vida. Na cruz de Jesus Deus nos irmana e torna solidários com os que sofrem e choram pelos seus entes queridos.

Pela cruz de Jesus somos chamados a não ocupar e edificar casas em espaços e locais de risco de morte. A cruz nos lembra que em Cristo Deus nos chama a prudência e ao cuidado responsável da vida e da natureza que nos cerca. Tanto autoridades quanto cada cidadão, seja ele rico ou pobre, pela fé, é chamado a não construir em áreas de risco ou áreas que violentam o meio ambiente.

Não é por acaso que Jesus diz ao discípulos: “- Como é pequena a fé que vocês têm!” (Mateus 8.26b) Também a fé nos dias de hoje é de grande pequenez. Sim, a fé é pequena, pois não é fé em Jesus, mas fé que vive do “jeitinho”, da eterna desculpa que não tem “outra saída”, dos favores políticos, da anuência das autoridades... Fé que é Fé em Jesus não vai construir casa sobre a areia, - em áreas de risco de desmoronamentos ou próximos a rios, mas na rocha, como diz Jesus em Mateus 7.24 – 27. Fé que é Fé em Jesus é aquela que se une em comunidade e exige das autoridades competentes locais adequados de moradia, saneamento e educação. Fé que é Fé em Jesus não é aquela que se acomoda e acha que o raio não vai cair duas vezes no mesmo lugar. Fé em Jesus é Fé que ouve, medita e é edificada pela palavra do Senhor. Edificada a construir pontes de ressurreição e não de risco de morte.

Toda a tragédia sempre traz a tona a pergunta: Quem é o culpado? Também o homem, Cristo Jesus, que manda no vento e nas ondas, tomou a culpa da humanidade sobre si na cruz. Na cruz Ele nos libertou de nossas culpas e pecados para nos tornar livres, mas ao mesmo tempo, pela fé, responsáveis. Que o seu perdão, que nos livra das culpas, ajude as tantas famílias atingidas a reconstruir suas vidas e a todos nós a sermos solidários e ao mesmo tempo vigilantes para que pontes de vida e ressurreição e não de risco de morte sejam construídos a nossa volta.

Ó Deus, perdoa-nos pela nossa pequena fé. Em muitos momentos subestimamos a natureza e a força de toda a tua criação. Nos achamos pequenos deuses. Não respeitamos a vida e muitos menos a tua criação. Mas quando a tempestade nos assola, só em ti encontramos refúgio e consolo. Só em ti encontramos a esperança de que as tantas vidas ceifadas pelas águas e lamas não estão na escuridão, mas em tuas amorosas mãos. Amém.

P. Ernani.


Autor(a): Ernani Röpke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Cantareira (Tremembé - São Paulo-SP)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7786
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Salmo 33.11
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