Marcos 4.35-41 - Jesus na tormenta do Mar da Galiléia - Rembrandt 1633

Teologia e arte

17/06/2015

O quadro Cristo na tempestade no mar da Galileia, foi pintado por Rembrandt van Rijn em 1633. A obra faz parte do período Barroco, seus traços estilísticos mais importantes são o alto contraste entre luz e sombra e a teatralidade da composição. É a única obra marítima de Rembrandt. Ele foi um pintor se interessou de maneira especial pelo drama humano. Suas cenas religiosas são vívidas, enquanto a luz recai sobre o elemento principal da cena, como se estivessem sendo iluminadas por um holofote. Ele também tem a habilidade de representar a cena de uma maneira que nos faz identificar as pessoas.

Em Cristo na tempestade no mar da Galileia (1633) a luz revela a tragédia e o perigo, os homens lutando contra a tempestade, enquanto do lado direito outros apóstolos pedem que Cristo faça alguma coisa. A tempestade está furiosa e o pânico toma conta de todos. O único homem que parece estar calmo é Jesus, sentado com semblante tranquilo, todos os outros personagens estão em movimento, mesmo os que estão rezando parecem fazer força para apertar as mãos. No entanto, o desespero dos discípulos pedindo um milagre parece estar pressionando a Jesus. O momento em que o artista representa a história é o instante da súplica, em que a fé dos apóstolos é testada, segundo nos conta o capítulo 4 do Evangelho de Marcos.

São 14 pessoas dentro do barco. Junto com os 12 discípulos e Jesus, o pintor inclui ele mesmo no barco. Trata-se do personagem no centro do barco, que está olhando para o pintor com a mão na cabeça e segurando a corda do mastro - https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f3/Rembrandt_Christ_in_the_Storm_on_the_Lake_of_Galilee.jpg

Essa pintura foi roubada do Museu Isabela Gardener de Boston em 1990. Jamais foi recuperada. Os ladrões entraram no Museu disfarçados de policiais. Existe uma recompensa de 5 milhões de dólares. Na parede do museu tem uma moldura vazia, esperando a volta do quadro.

Para reflexão em grupo:

  - O que seriam os outros temporais que enfrentamos hoje?
- Tertuliano (160-220 d.C.) falava da Igreja como um barco que é perturbado pelo mar, isto é, no mundo, pelas ondas, isto é, pelas perseguições e tentações. Jesus dorme em sua complacência, até que, despertado pelas orações dos santos, subjuga o mundo e concede aos seus de novo a tranquilidade. O hino 98 do HPD1 - “Qual barco singra pelo mar”- do pastor e musico Martin Gotthard Schneider, em 1960 é um bom recurso para falar sobre essa comparação da igreja como um barco.

Qual barco singra pelo mar
1. Qual barco singra pelo mar a igreja do Senhor.
Eternidade o alvo é que indica a direção.
Navega pelo temporal de medo angústia e dor.
Vitórias, lutas e temor, por séculos, Senhor.
Pergunta angustiante é –: Ao fim resistirá?
Há de alcançar o alvo seu e não afundará?

Guia-nos, Senhor! Ampara-nos, Senhor,
pois sem ti nos assalta temor, solidão –
ó guia-nos, Senhor!

2. Qual barco em calmo porto está a igreja do Senhor.
Em segurança e lentidão viver é bem melhor.
Contenta-se em relembrar vitórias que já viu.
Parece o apelo a ignorar que a chama a trabalhar.
Quem medo tem de hoje agir de Deus pouco verá.
Só quem na luta porfiar, vitória alcançará.

3. Qual íntegra tribulação a igreja deve estar,
pois, desunidos, estarão mui sós em alto mar.
Se cada um em seu lugar cumprir o seu dever,
ao alvo certo irá chegar o barco sem temer.
Viaja a tribulação unida em fé e amor.
Pois sabem-se guiados já por bom navegador.

4. Qual barco singra pelo mar a igreja do Senhor.
Eternidade o alvo é que indica a direção.
Se lentidão nos atacar e medo nos assaltar,
em rumo igual amigos há que auxílio vêm prestar.
Coragem isto nos dará, fraquezas vencerá.
Ao alvo prometido, enfim, o barco chegará.

Mensagem:

Deus é o Senhor da criação e, para nós, Senhor da história. Não são os poderes demoníacos que determinam a nossa vida, mas estamos sob a proteção de Jesus, cujo poder é igual a Deus, que criou o mundo por meio da Palavra. Jesus se mostra como alguém que domina os poderes que ameaçam a vida. No entanto, Jesus deixa bem claro: não é da sua pessoa que provêm essas forças, mas de Deus. Para enfatizar isso, Jesus menciona repetidamente a questão da fé. Por fé é que ele consegue realizar os milagres. Na fé, é o próprio Deus quem atua. Já não somos nós que atuamos, mas é o próprio Deus em ação. Lutero nos diz na explicação do primeiro mandamento: Devemos temer e amar a Deus e confiar Nele sobre todas as coisas. (Claudio Molz, Proclamar Libertacao, volume XXII)
 


Autor(a): Nilton Giese
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Belo Horizonte (MG)
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 35 / Versículo Final: 41
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 33742
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A fé não pode aderir ou agarrar-se a qualquer coisa que tem valor nesta vida, mas rompe os seus limites e se agarra ao que se encontra acima e fora desta vida, ao próprio Deus.
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