J. S. Bach - 250 anos com o gênio

26/05/2015

 

J. S. Bach - 250 anos com o gênio


O poder e a força de Bach são tão grandes ainda hoje, decorridos 250 anos de sua morte, que essa data está sendo lembrada praticamente em todo o mundo de modo reverente e agradecido por quantos o veneram. Em 1998, quando estivemos pela última vez em Leipzig, a igreja de São Thomas, onde descansa o gênio, já estava quase totalmente interditada para concertos, cultos, visitas, etc. Os dois grandes órgãos por certo tempo calariam para que a igreja pudesse ser preparada para grande data e somente o altar, onde está sua lápide, permaneceu aberta ao público e para cultos, acrescido de um pequeno órgão (que lá não poderia faltar).

Seus admiradores são de todas as raças, credos e cores, confirmando a frase de um deles, o nosso Villa-Lobos: a música de Bach é um fundo folclórico de todas as nações. Quanto material já foi escrito com base nas letras B-A-C-H !

Mas, quem era Bach? Nascido a 21/março/1685 em uma família de organistas, regentes, enfim, alemães operários da música, os quais ocuparam por 6 gerações postos musicais. Ele faleceu a 28/ julho/ 1750. Órfão desde os 10 anos, foi criado por seu irmão mais velho. Trabalhou em vários lugares, sempre na Alemanha, e casou duas vezes (viúvo de Bárbara, desposou Ana Madalena), tendo ao todo 20 filhos, um pormenor bastante romântico em seu perfil. Gozou de boa saúde e só sua miopia, agravada por escrever à luz de velas, lhe debilitou mais sua visão. Mas viveu feliz, com modéstia e simplicidade, percorrendo seu caminho entre o ideal e o trabalho diário. Queria embelezar o culto protestante.

Todas as descrições que temos o indicam como homem reto, de bom caráter e justo. Nas perícias e concursos de órgão era severo e minucioso, chegando a fazer inimigos com isso. Não falava mal de composições ou performance de colegas, mas admirava quem era grande. Muitas vezes se envolveu em discussões com chefes civis ou eclesiásticos, mas quem não o faz? Foi dedicado à família e ao trabalho, e afável com os alunos.

Sua biblioteca continha a Bíblia, livros de canto, 50 volumes de Teologia e obras de Lutero. Em todo o perfil de Bach desponta o traço da sua grande religiosidade. Era algo espontâneo. O assunto lhe interessava. O SDG (Soli Deo Gloria) está em muitas de suas obras, e uma dedicatória honrando a Deus na capa da obra mais importante para o ensino de órgão - o Orgelbüchlein - que ele modestamente intitula Pequeno livro do Órgão. Tinha uma cultura teológica consistente e formulou teologia em tons, sobretudo nos corais do livro mencionado e cantatas. Ele usou toda a sua alma de pensador místico com simbologia e numerologia numa inusitada linguagem, e fez os alunos se depararem, já de início, com todo o tipo de dificuldade no instrumento, pois pensava que assim era o melhor .

E o Bach executante? Todos gostariam de conhecer sua técnica de intérprete. Os órgãos que ele tocou desapareceram, como muitos de seus manuscritos. São raras suas próprias indicações, mas certo é que sua virtuosidade teve admiração da Alemanha inteira, onde, após o episódio com o francês Marchand, tomou rumos de herói nacional, o que dividiu com Lutero e mais tarde com um terceiro vulto que foi Kant. De sua terra ele nem precisou sair e nem cursar universidade para chegar ao reconhecimento geral. Sabemos que a velocidade de seus pés era tamanha que pareciam ter asas quando voavam na pedaleira, conservando contudo bastante imobilidade do corpo, mesmo quando realizando cruzamentos, saltos de mãos e pés, enfim, sem grandes movimentos vivos corporais.

Fonte: http://www.anneschneider.net/
 

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