Quando cheguei em Garuva, de imediato, me impressionei com as matas e os rios.
Na virada de ano, as matas se enchem de jacatirões floridos. Deus manifesta sua glória.
A presença de tal árvore é sinal de terra fraca. Na fraqueza, Deus apresenta sua beleza.
Então, lembro-me da palavra de Paulo: Quando sou fraco, Deus se torna a minha força.
Isaías era um jovem de sangue nobre. Mais do que ninguém, ele poderia dizer: Você sabe com quem está falando? Você sabe quem é meu pai? Contudo, ele recebeu chamado para ser profeta. De maneira alguma, poderia amarrar-se ao mundo e às suas paixões. Ele buscou constantemente a legítima adoração a Deus. Ou seja, de todo jeito, a idolatria precisava ser abandonada. Que fique bem claro: Tudo o que deseja ocupar o lugar de Deus em nossa vida passa a ser um falso deus. No deserto, o povo se curvou diante de um bezerro de ouro. O “bezerro” representa as posses. Não posso adorar minha família, minha raça, meus títulos, meus dotes, minha camionete, minhas propriedades. Não devo colocar o “ouro” - com suas variantes (dinheiro, poupanças e investimentos) - acima de Deus. Dobrar-se diante de uma estátua não é coisa do passado, pois muitos se dobram diante de imagens modernas, que são ideologias, ou pretensos heróis e pensadores. Muitas pessoas sequer têm vergonha de dizer: É meu ídolo! Eu adoro! Geração após geração, os “bezerros de ouro” precisam ser desmascarados e a nossa vida colocada na presença do único Senhor, revelado em Jesus Cristo.
O profeta nos desafia com as seguintes palavras: “A chuva que cai do céu não volta até que tenha regado a terra. Ela faz as plantas brotarem, crescerem e produzirem sementes para serem plantadas, permitindo alimento às pessoas. Assim também é a minha Palavra. Ela não volta para mim sem nada, mas faz o que me agrada fazer. Ela realiza tudo o que eu prometo. Vocês sairão alegres do cativeiro. Vocês serão guiados em paz para casa. As montanhas e os morros cantarão de alegria. Todas as árvores baterão palmas. Onde agora só há espinho, crescerão árvores. Onde agora só cresce o mato, as flores brotarão. Tanto o poder da Palavra, quanto a natureza serão testemunhas daquilo que eu fiz. Serão um sinal eterno, que nunca desaparecerá” (Palavra do Senhor em Isaías 55.10-13).
Qual é a mensagem de Isaías? O que precisamos reconhecer? Como achegar-se ao Salvador? O povo de Deus, por causa da idolatria, estava preso na Babilônia. Eles foram tirados da terra prometida e colocados em servidão. Ainda hoje precisamos ter em mente que Deus não nos criou para viver na escravidão, mas sim no Paraíso. Ou seja, fomos criados a viver na sua presença. Todavia, constantemente damos ouvidos à voz da Serpente na intenção de dispensar a Deus. Após a desobediência, as pessoas voltaram-se para si mesmas e aos seus desejos. O único capaz de nos resgatar de tal situação – que nos leva à morte - é Jesus. Ele não só nos salva, como também nos coloca novamente no rumo do Paraíso, que é a Vida Eterna com Deus.
Com suas palavras proféticas - por não dizer quase poéticas - o profeta nos desafia a observar a própria natureza: O ciclo das águas, que evaporam formando nuvens, que despejam chuvas sobre a terra. Através da força da terra e da semente, do sol e da chuva, a planta vinga, produzindo frutos e novas sementes. Por si só, Deus faz o mundo girar. Contudo, também faz questão do envolvimento das pessoas com seu labor diário. Deus sempre conta com a dedicação humana. Em pecado, destruímos. Na graça, construímos. Na idolatria, destruímos. No serviço ao Reino, construímos. Na obediência à Serpente, destruímos. Na obediência à Palavra, somos instrumentos de salvação. Qual caminho desejamos?
Certo é que o destino final do mundo e da humanidade está nas mãos de Deus. Ele alcançou a vitória sobre o mal, o pecado e a morte com Jesus na cruz. Quando o Filho ressuscitou, tudo já estava decidido. Agora, onde vou colocar a minha força e inteligência? A quem devo adorar? De maneira muito sutil, o profeta fala em “paz”, que é um dos frutos do Espírito (Gálatas 5.22). No meio da encrenca política que vivemos no Brasil, onde um atiça o outro... No meio da pandemia que assola o mundo, levando primeiro os mais fracos e mais pobres, mas não poupando igualmente os jovens e poderosos... No meio da natureza que é devastada e reage com a força do ciclone, mostrando quão frágil é a vida e nossas posses... Aparece a paz que é fruto da fé e, acima de tudo, da entrega e do amor a Deus.
Não é por nada que, no mundo decaído, sem forças para reagir, atordoado por opiniões contraditórias, há aqueles que seguem a regra máxima de Jesus: Ame a Deus acima de tudo. Ele é o meu maior bem. A Ele, eu pertenço. Ame ao outro como a si mesmo. De repente, entendo que não sou o centro do mundo, que não devo viver de mim para mim. Mas, em amor a Jesus, seguindo o exemplo do Mestre, posso servir, mesmo com o pecado me incomodando, querendo me desviar. Jesus continua sendo Salvador e principalmente: Senhor! Amém!