INCLUIR COMO JESUS INCLUIU!
O bom acolhimento faz grande diferença para que o ser humano se sinta bem-vindo, e isso, em qualquer grupo.
Muitas vezes não sabemos como nos portar diante de uma pessoa com deficiência e acabamos agindo de maneira inadequada. A falta de informação a respeito da deficiência nos leva a cometer alguns deslizes. Muitas vezes nos fixamos na deficiência que a pessoa tem e, assim, esquecemos que a pessoa com deficiência auditiva, por exemplo, apenas não ouve, mas enxerga como nós, sente como nós, ri como nós e chora como nós.
Eu conheci uma pessoa que usa cadeira de rodas. Ela me disse que a sua cadeira de rodas é a extensão do seu corpo. Ora, isso quer dizer que não se deve tocar numa cadeira de rodas sem a autorização da pessoa que a usa. Agarrar-se ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Já uma pessoa amputada me fez perceber o quanto as suas muletas fazem parte do seu dia a dia e que elas jamais podem ser colocadas longe dela. Ela precisa que as muletas estejam sempre ao seu alcance.
É recomendável que, quando encontrarmos pessoas com deficiência necessitando de ajuda, perguntemos: Você quer que eu lhe ajude? É de bom tom aguardar que a pessoa concorde com a sua oferta e, só então, ir ao seu encontro com naturalidade. Quanta coisa podemos aprender se tivermos abertura ao novo!
Compartilho a história de um jovem casal que se tornou mãe e pai de filhas gêmeas (uma delas veio ao mundo com a Síndrome de Down). O casal compartilhou comigo que o seu projeto de vida foi radicalmente transformado após o nascimento das duas meninas. Saber da notícia que uma das filhas tinha uma deficiência foi muito difícil. Por outro lado, a filha com deficiência ensinou-lhes outros valores, os fez pessoas mais humildes, sensatas, solidárias. Através dela conheceram pessoas maravilhosas, que também tinham filhos e filhas com alguma deficiência, assim como eles. A mãe afirmou: “Estou convencida de que Deus está nas pessoas com deficiência. Nós decidimos ser felizes ao lado de nossas filhas, sob o olhar do nosso Criador”. Histórias de vida como essa nos levam à reflexão e nos ajudam a sermos indivíduos mais acolhedores com todas as pessoas.
Queridas leitoras e queridos leitores! Cabe-nos entender que “integrar não é o mesmo que incluir”. A “inclusão” acontece quando a pessoa com deficiência tem a sua acessibilidade assegurada. Em muitas das nossas comunidades e paróquias (IECLB) ainda existe a inacessibilidade para cadeirantes, pessoas idosas e/ou com dificuldades motoras. Os banheiros dos nossos centros comunitários e templos precisam ser adaptados às pessoas com deficiência, para que elas possam circular sem constrangimento. É muito desagradável para pessoas que se locomovem em cadeiras de rodas precisarem ser carregadas para dentro do templo ou do centro comunitário, só porque escadas as impedem de ir e vir. Garantir o acesso a todas as pessoas é uma das tarefas das lideranças da Igreja cristã.
Todas e todos nós somos chamadas e chamados a lutar para que as mudanças aconteçam no seio das nossas residências, da nossa igreja e da nossa sociedade. Jesus, o nosso grande Mestre, nos ensina a incluir todo o ser humano sem distinção. Inclua você também.
Conviver com as diferenças é um desafio que, como Igreja, precisamos continuar perseguindo. E você pode ajudar. Inclua as pessoas com deficiência em seu grupo de juventude.
Diácona Valmi Ione Becker - Setor da Pessoa com Deficiência
Departamento Sinodal de Diaconia - Sínodo Norte Catarinense